THE LAZARUS PROJECT
Divulgação/Universal+
Anjli Mohindra e Rudi Dharmalingam atuam na série The Lazarus Project, disponível no Universal+
Séries e filmes sobre viagens no tempo não são as produções mais fáceis de se assistir. A britânica The Lazarus Project não é exceção: ela explora os saltos pela cronologia à última potência e exige atenção total de seu público. Mas alguns telespectadores ficaram confusos por um motivo inusitado: a diversidade de seu elenco.
A série gira em torno de George (Paapa Essiedu, indicado ao Emmy por I May Destroy You), um sujeito que acorda em um dia comum e percebe que já viveu aquelas 24 horas antes. Ele é o único que parece estar ciente da repetição e acaba convocado para o Projeto Lazarus, organização que tem como função primordial impedir o apocalipse.
No Lazarus, George descobre que pertence a um grupo seletíssimo (apenas 0,000001% da população mundial, ou cerca de 80 pessoas) com o gene mutante da consciência de loopings temporais. Os integrantes do projeto conseguem rebobinar o tempo toda vez que identificam uma ameaça ao planeta e tentam solucionar o conflito antes que ele aconteça.
Os três principais nomes do elenco representam minorias: Paapa Essiedu (George) é descendente de africanos --seus pais nasceram em Gana; Anjli Mohindra (Archie) tem família indiana; e Rudi Dharmalingam (Shiv) tem sangue caribenho e do Sri Lanka, mistura que ocupa pouco espaço na TV mundial. Ver três rostos tão distintos chocou parte do público.
"Uma vez, uma amiga me mandou um comentário que ela viu na internet. Era de alguém que estava perplexo com a série, sem entender como era possível ter três pessoas como eu, Rudi e Paapa em um mesmo projeto, nem como nossos personagens poderiam trabalhar na mesma organização. Era um texto tão surreal que eu queria emoldurá-lo e pendurá-lo na parede", lembra Anjli.
"Eu li aquilo e fiquei pensando: 'É uma série de ficção científica sobre viagens no tempo e o fim do mundo, mas o que você não consegue entender é como uma organização que tenta evitar o apocalipse contratou três minorias? (risos)", ironiza a atriz em conversa exclusiva com o Notícias da TV.
Para Rudi Dharmalingam, faz sentido que ele esteja em The Lazarus Project. "As pessoas do Sri Lanka são conhecidas por sua inteligência para a matemática e a ciência. É o país que mais tem grandes mestres de xadrez, se não me engano. A gente nunca especificou onde Shiv nasceu, mas é natural que ele seja um gênio da matemática. Eu confiaria em uma pessoa boa em xadrez para salvar o mundo de maneira estratégica, você não?", provoca.
Confusões com representatividade (para não explicitar o racismo) à parte, o próprio elenco admite que às vezes fica meio perdido com as voltas no tempo que ocorrem em The Lazarus Project. "Acho que uma vez demos um salto para o futuro enquanto estávamos dentro de um flashback? Tive que reler o roteiro algumas vezes para me situar na cronologia (risos)", confessa Anjli.
"Mas, para mim, essa é a melhor parte da série. Como atriz, eu gosto de me envolver com projetos desafiadores. E, como espectadora, eu gosto de ver filmes e séries que me forçam a pensar, sabe? Não dá para ficar mexendo no celular enquanto assiste à série", continua a atriz.
"É, e tantas pessoas fazem isso atualmente", completa Dharmalingam. "E eu sou culpado, faço isso também. Quando coloco uma série para assistir, preciso deixar meu telefone bem longe de mim. Porque é uma tentação ter o aparelho do meu lado e não mexer nele. Parece que não conseguimos mais nos focar em uma coisa só. E, quando a série ou o filme envolve viagens no tempo, você tem que se concentrar mesmo no que está vendo."
A primeira temporada de The Lazarus Project já está completa no Universal +. O segundo ano chega à plataforma na próxima sexta-feira (23). Veja o trailer:
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