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NADA SENSUAL

Diretora de Assédio revela segredo para nudez sem tesão: 'Clima de IML'

Reprodução/TV Globo

Adriana Esteves (Stela) e Antonio Calloni (Roger) no primeiro capítulo de Assédio: cenas intensas - Reprodução/TV Globo

Adriana Esteves (Stela) e Antonio Calloni (Roger) no primeiro capítulo de Assédio: cenas intensas

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

Publicado em 3/5/2019 - 5h41

A minissérie Assédio chega nesta sexta (3) à Globo para contar a história de um médico que abusa sexualmente de suas pacientes. A trama tem cenas intensas de estupro, e é difícil acreditar que alguém possa sentir tesão com nudez nesse contexto. Mas a diretora Amora Mautner preferiu se precaver ao público que ela define como "cabeças tortas" e imprimiu um clima de morte ao consultório no qual as violências acontecem.

"Eu passei muito tempo pensando em como não ativar de forma nenhuma em uma cabeça torta algum sentimento sexual. E aí fiquei muito na ideia de criar uma atmosfera de IML [Instituto Médico Legal]. Porque essas mulheres não estão sendo só estupradas, elas estão de alguma forma morrendo também", define a diretora.

Para compor essa atmosfera de morte, Amora e sua equipe se aproveitaram de vários componentes, da decoração minimalista do consultório de Roger Sadala (Antonio Calloni) até o tom esverdeado que imprimiram à minissérie.

"Ficamos pensando muito em necrotério, em como levar esse clima de necrotério para uma clínica. E fomos indo para esses tons verdes, que é uma cor de IML mesmo, uma temperatura mais fria... E também o minimalismo dos objetos, era tudo mais asséptico mesmo. Do papel de parede à palheta de luz, passando pela energia do ator, nós tentávamos pulsar morte de todas as maneiras", explica.

A história de Assédio é baseada no caso real do médico Roger Abdelmassih, condenado por 56 condutas de abuso de suas pacientes mulheres. As vítimas são interpretadas por nomes como Adriana Esteves, Hermila Guedes e Jéssica Ellen.

Adriana foi a primeira a gravar e deu o tom de como seriam rodadas as outras cenas de estupro. "Ela chegou com uma visão muito mais subjetiva do que já estava escrito e de tudo o que eu tinha imaginado. Ali surgiu o DNA de como deveriam ser todas as outras. Fizemos um thriller [suspense], mas não sexual", resume Amora.

Da morte à vida

A diretora conta que, embora tenha optado por "pulsar morte" nas cenas de estupro, decidiu que as personagens atacadas por Sadala precisavam esbanjar vitalidade na reconstrução de suas vidas --como uma fênix que ressurge das cinzas. Isso vai ao encontro da ideia da autora da minissérie, Maria Camargo.

"Não me interessava fazer uma história sobre um estuprador em série. O que eu queria era mostrar essa força das mulheres. Eu quero explorar um outro lado, passar uma mensagem de esperança. Falar que está todo mundo ferrado não me acrescenta nada", diz Maria à reportagem.

Adriana Esteves também se empolgou em interpretar esse outro lado do abuso. "Quando se fala em assédio, estupro, violência, todo mundo é contra, mas ninguém quer ver, porque já tem tanta coisa ruim por aí. Mas a série é muito elegante, bonita, fala de amizade, sororidade, esperança, 'vamos dar a mão', 'tenha coragem'. É isso que me impulsiona, a paixão de atuar ali por inteiro", valoriza a atriz.

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