SPIN CITY
Reprodução/ABC
Charlie Sheen em cena de Spin City; astro substituiu Michael J. Fox como protagonista da série
Astro de Two and a Half Men (2003-2015) durante oito temporadas, Charlie Sheen foi do céu ao inferno em uma das principais sitcoms da história dos Estados Unidos. Antes o ator mais bem pago da TV norte-americana, o polêmico artista foi demitido do elenco após mau comportamento e uma briga com Chuck Lorre, criador da atração. No ano seguinte, foi substituído por Ashton Kutcher, que passou a dividir o protagonismo com Jon Cryer.
O que muitos fãs não sabem é que, muito antes de ganhar o mundo com Two and a Half Men, Sheen já tinha estado em uma posição similar à de Kutcher. O eterno Charlie Harper havia sido tapa-buraco em Spin City (1996-2002), uma das principais séries de comédia entre os anos 1990 e 2000.
A sitcom, que completa 25 anos de sua estreia nesta sexta-feira (17), era estrelada por Michael J. Fox, o Marty McFly da trilogia De Volta para o Futuro. Com o astro original, a série permaneceu entre as mais assistidas da rede ABC durante quatro temporadas e ainda rendeu a Fox um de seus cinco prêmios no Emmy.
A trama era centrada na equipe do gabinete do prefeito de Nova York. O protagonista era Mike Flaherty (Fox), vice-prefeito da cidade e responsável por lidar com todas as confusões da equipe. O elenco contava com nomes como Alan Ruck (Succession), Barry Bostwick (Cougar Town), Connie Britton (Friday Night Lights), Richard Kind (Gotham) e Michael Boatman (The Good Fight).
Entre as gravações do terceiro e do quarto ano, Fox foi diagnosticado com Parkinson, condição que o afeta até os dias de hoje e que necessita de tratamento constante. Na época, a carga de trabalho em uma sitcom de sucesso se mostrou excessiva para a saúde do ator, que não viu outra escolha a não ser se despedir de Spin City.
REPRODUÇÃO/ABC
Fox (à esq) e Sheen contracenaram em três episódios
Para o seu lugar, muitos atores foram considerados. A lista de astros incluía nomes como Matthew Broderick (Curtindo a Vida Adoidado), Patrick Dempsey (Grey's Anatomy), Denis Leary (O Espetacular Homem-Aranha) e até Jon Cryer, o Alan de Two and a Half Men. A vaga acabou ficando com Charlie Sheen, que interpretou o novo chefe Charlie Crawford durante duas temporadas.
A ideia inicial dos showrunners Gary David Goldberg (1944-2013) e Bill Lawrence, no entanto, era manter Fox no elenco. O ator não apenas era a alma da atração: foi o seu trabalho no filme Meu Querido Presidente (1995), no qual interpretou um chefe de gabinete, que inspirou a dupla a criar Spin City.
Apesar da intenção de continuar com o ator, a doença foi se agravando. Em muitas cenas da quarta temporada, era possível notar Fox escondendo a sua mão esquerda para que o público não notasse o tremor e descobrisse a sua condição --mantida em segredo até então. O astro optou por cuidar da saúde e ficar com a sua família, dando lugar ao substituto.
O começo de Sheen foi positivo. A curiosidade para saber como o bad boy assumiria a posição de destaque de Spin City manteve o interesse do público ativo, mas durou pouco. Nem mesmo a presença de Heather Locklear (Melrose Place), contratada ainda na terceira temporada para dividir o protagonismo com Fox, evitou a queda de audiência.
Spin City foi encerrada após 145 episódios e seis temporadas. Michael J. Fox liderou o elenco nos primeiros 100, enquanto Charlie Sheen assumiu a ponta nos últimos 45. Mesmo com mudanças importantes, a qualidade da série sempre esteve em destaque --Fox venceu três Globos de Ouro pela atração, enquanto Sheen levou uma estatueta de melhor ator para casa.
No Brasil, a série fez parte da programação dos canais pagos Sony Channel e Multishow --no último, Spin City virou Limpando a Barra. Entre 2002 e 2004, também foi exibida pela Globo nas madrugadas. A comédia não está disponível no Brasil em nenhum serviço de streaming --nos EUA, as seis temporadas estão disponíveis gratuitamente na Pluto TV.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.