CARAS E CARETAS
Fotos: Reprodução/NBC
Meredith Baxter, Michael Gross, Justine Bateman, Michael J. Fox e Tina Yothers na série
LUCIANO GUARALDO
Publicado em 22/9/2017 - 5h59
Há 35 anos, em 22 de setembro de 1982, estreava Family Ties (1982-1989), exibida no Brasil pela Globo com o título Caras e Caretas. A série que mostrava a história de um casal de ex-hippies que precisa amadurecer para criar três filhos entrou para a história por lançar Michael J. Fox, da franquia De Volta para o Futuro, e Courteney Cox, que mais tarde faria sucesso mundial como a Monica de Friends (1994-2004).
O mais curioso é que os dois ganharam papéis na série por acaso: Fox entrou no lugar de Matthew Broderick, que recusou o papel para cuidar do pai doente. Já Courteney ganhou destaque após dançar em um clipe do cantor Bruce Springsteen e acabou sendo chamada para um teste.
Apesar de gerar humor a partir das políticas do então presidente Ronald Reagan (1911-2004), a comédia fez sucesso até com o político, que declarou abertamente ser fã da produção. A série também agradou público e crítica, rendendo três prêmios Emmy consecutivos e um Globo de Ouro para o novato Michael J. Fox.
Depois de superar desconfianças por causa de sua altura (ele mede 1,63m) e até boatos de rivalidade entre o elenco, Fox roubou tanto a cena na pele de Alex P. Keaton do seriado de TV que ganhou o personagem Marty McFly, da trilogia De Volta Para o Futuro. Também foi durante as gravações de Caras e Caretas que ele conheceu sua mulher.
Confira cinco curiosidades sobre Caras e Caretas:
Michael J. Fox ficou com papel rejeitado por outro ator e acabou ofuscando os protagonistas
Astro por acaso
A emissora NBC e os produtores de Caras e Caretas queriam Matthew Broderick (de Curtindo a Vida Adoidado) para o papel de Alex P. Keaton. Mas o ator recusou o trabalho para ficar ao lado de seu pai, que estava bastante doente na época e morreu em novembro de 1982. Assim, Michael J. Fox foi escalado para o personagem.
Baixinho e com ótimo senso de comédia, Fox roubou a cena e acabou se tornando o foco da atração com o passar dos anos. Tanto que, de 1986 a 1988, ele recebeu o Emmy de melhor ator (e não ator coadjuvante) por sua participação na série.
Fox era apenas 13 anos mais novo que Meredith Baxter e Michael Gross, seus pais na ficção
Jovens demais?
Quando a série foi idealizada, o criador Gary David Goldberg (1944-2013) pretendia fazer piadas com a difícil adaptação do casal Elyse (Meredith Baxter) e Steven (Michael Gross) à nova realidade econômica dos Estados Unidos. Coincidentemente, tanto Meredith quanto Gross tinham nascido no mesmo dia, 21 de junho de 1947.
Quando Fox foi chamado para viver o filho mais velho, a produção percebeu que teria um problema: ele era apenas 13 anos mais novo que os seus pais na ficção. A solução surgiu com a personalidade madura de Alex, um jovem ambicioso, que vestia terno e gravata e sonhava em ser um grande empresário.
Aos 23 anos, Courteney Cox nem sonhava em viver Monica quando atuou em Caras e Caretas
Celeiro de famosos
Ao longo de sete temporadas e 176 episódios, muitos atores em início de carreira passaram pelos estúdios da série antes de se tornarem grandes estrelas. Tom Hanks, por exemplo, participou de três episódios como o irmão de Elyse. Também passaram por lá nomes premiados como Geena Davis e Julia Louis-Dreyfus.
Para os fãs da série Friends (1994-2004), o grande destaque é a atriz Courteney Cox. Muito antes de viver Monica Geller na comédia que marcou a televisão, ela apareceu nas duas últimas temporadas de Caras e Caretas como Lauren, a namorada de Alex.
Para Michael J. Fox, porém, a participação mais importante foi a de Tracy Pollan. Intérprete da feminista Ellen Reed na quarta temporada, ela conquistou o coração do ator e os dois se casaram em 1988. Estão juntos até hoje e têm quatro filhos.
reprodução/casa branca
Ronald Reagan (à dir.) não participou da série, mas tirou foto com Fox durante evento em 1985
Queridinha do presidente
Durante a maior parte da exibição da série, o presidente dos Estados Unidos era Ronald Reagan _apenas na metade final da última temporada George Bush assumiu o cargo. O homem mais poderoso do mundo na época nunca escondeu que era fã de Caras e Caretas e chegou a se oferecer para participar de um episódio _fato raro para um governante em exercício.
Reagan tinha motivos claros para apoiar a série: Alex P. Keaton era um excelente representante do Partido Republicano, embora suas posições muitas vezes fossem usadas como piada para o resto da família, liberal e democrata. Essa foi um dos feitos da comédia: conseguiu unir visões opostas de governo.
Não por acaso, a série foi a segunda mais vista dos Estados Unidos na temporada 1986-1987, atrás apenas de The Cosby Show (1984-1992), outra comédia familiar de sucesso, que era exibida antes de Caras e Caretas na programação da NBC.
Elenco de Caras e Caretas se abraça durante despedida de Alex no último episódio, em 1989
Sem chance de volta
Apesar do sucesso de público e crítica, a série chegou ao fim em 1989, marcando o fim da era Reagan e iniciando o mandato de George Bush. Nos bastidores, os comentários eram de que o elenco não se suportava; em especial, Meredith Baxter teria inveja do sucesso de Michael J. Fox, porque ele ofuscou sua personagem.
Os atores sempre negaram desentendimentos no estúdio, mas também deixaram claro que não tinham a menor vontade de retomar os personagens em filmes especiais anos depois, uma prática comum na época. Quando o último episódio foi anunciado, eles pediram aos roteiristas que matassem a família toda em um acidente de avião, para se certificar de que a história acabaria ali.
Por se tratar de uma comédia, porém, o pedido não foi atendido: no último episódio, Alex consegue um emprego em Nova York e deixa a família em Ohio para viver seu sonho. O programa foi visto por 36,3 milhões de espectadores nos Estados Unidos, muito acima da média da última temporada.
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