NO PRIME VIDEO
Fotos: Divulgação/Prime Video
Os atores Robbie Amell e Andy Allo na primeira temporada de Upload; comédia da Amazon já está renovada
JOÃO DA PAZ
Publicado em 15/5/2020 - 5h33
Como seria o paraíso ideal? Na comédia Upload, da Amazon, uma coisa é certa: o pum é cheiroso no Céu, a gosto do freguês. A série divertida imagina um futuro absurdo nada distante, com vida após a morte virtual e tecnologias avançadas a ponto de ser possível imprimir comida (mas sem esquecer de encher o cartucho da gordura).
Criada por Greg Daniels (The Office, Parks and Recreation), Upload apresenta um mundo bizarro logo ali, no ano de 2033. Os carros são autônomos e quase 100% seguros. As bicicletas andam sozinhas também. A comida sai de uma impressora. Drones entregam refeições. O celular é um holograma na ponta dos dedos.
A tecnologia de ponta chegou a um nível assustador. Existem paraísos virtuais nos quais uma pessoa pode viver para sempre como um avatar, com as mesmas memórias e características físicas terrenas. Apropriando-se do linguajar da trama, a ida para esses céus (pois existem vários) é chamada de upload (carregar).
No Éden mais chique e caro, batizado de Lake View, há uma abundância de excentricidades. O pum não é fedido, e o cliente pode escolher como a flatulência vai cheirar (aroma de pão doce quentinho, pode ser?). As terapias são feitas por um cão falante. Come-se de tudo, sem engordar. O clima pode ser alterado como se mexe em um botão de ventilador. E tudo é pago. Quem quiser reviver sensações terrenas, como ficar gripado, tem de mexer na poupança. Cada espirro sai por US$ 2.
O telespectador de Upload se depara com uma boa mistura de gêneros populares da TV. A série apresenta traços de comédia romântica, ficção científica e até drama policial. No centro da história está Nathan (Robbie Amell), que sofre um inesperado acidente de carro, daqueles que parecem infalíveis, mas fica entre a vida e a morte.
No corredor do hospital, deitado em um leito, ele precisa decidir entre ir para uma sala de cirurgia normal ou fazer o upload. Na primeira opção, o programador galã poderia sobreviver, mas se morresse iria para o Céu convencional (onde Deus mora), um lugar careta e antiquado. Já com o upload, o rapaz de 27 anos teria a chance de desfrutar a eternidade em um sofisticado paraíso virtual.
Allegra Edwards na série Upload; hospitais na trama têm salas de cirurgia comuns e de upload
Coagido pela namorada Ingrid (Allegra Edwards), Nathan concorda em ir para Lake View, com suas memórias terrenas. A cabeça dele é arrancada do corpo carnal, que por sua vez acaba congelado, na esperança de uma nova tecnologia trazê-lo de volta à Terra, o download (baixar).
O público conhece o Céu luxuoso de Lake View juntamente com Nathan. Lá tudo é do bom e do melhor, mas só para quem tem muito dinheiro. Aqueles menos afortunados vão parar no porão de um hotel, o setor Dois Giga[bytes], pois é quanto quem está por lá pode utilizar em um mês.
No Céu de Lake View, Nathan tem um anjo que atende todos os seus pedidos, a graciosa Nora (Andy Allo), funcionária da empresa bilionária Horizen, que criou o paraíso de luxo. A relação deveria ser profissional, entre cliente e atendente. Mas a conexão entre eles extrapola esse limite e é decisiva para o desenvolvimento de pontos importantes da trama.
É nas conversas com Nora que Nathan passa a crer que na verdade não sofreu um acidente, mas que foi assassinado. Por quem? Por quê? Essa parte policial da série é bem capciosa e prende o telespectador, que assim como Nathan quer entender o que aconteceu.
Na seara de séries sobre a vida após a morte, um dos grandes mistérios da humanidade, Upload não chega perto dos questionamentos filosóficos de The Good Place (2016-2020), mas tem lá seus bons momentos. Por vezes, os absurdos e curiosidades da série acabam chamando mais a atenção do que a trama sm si. Lançada há duas semanas, Upload está com a segunda temporada confirmada.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.