SUPERPROTEÇÃO
GABRIEL SOUZA/NOTÍCIAS DA TV
Fabíola Gadelha dá ordens à equipe de seguranças em gravação de reportagem na quarta-feira (23)
GABRIEL SOUZA, em São Paulo
Publicado em 24/5/2018 - 5h34
Repórter lançada por Marcelo Rezende há cinco anos, Fabíola Gadelha está exigindo à Record a escolta de quatro seguranças para gravar reportagens nas ruas. O pedido, que custa quase R$ 70 mil por mês à emissora, foi atendido após reclamações de assédio de fãs.
Ontem (23), ela trabalhou acompanhada de quatro guarda-costas em uma rua calma da Vila Olímpia, bairro nobre da zona oeste de São Paulo. Durante 2 horas e meia, a única abordagem que sofreu foi da reportagem do Notícias da TV, quese passou por fã da repórter e tentou, sem sucesso, tirar uma selfie. "Estou muito ocupada, estou correndo, não posso tirar fotos", justificou.
Desde que foi remanejada para os matinais Balanço Geral e SP no Ar, em março, a jornalista largou a cobertura policial para se dedicar ao quadro Fabíola Mostra Tudo, no qual relata amenidades e histórias de superação. Ontem, entrevistou uma mulher que ficou milionária vendendo acarajés em uma loja e em barracas.
Fabíola chegou ao local da reportagem com 45 minutos de atraso. O carro da Record foi seguido de perto por um veículo branco descaracterizado, sem logotipo da emissora ou da empresa de segurança. Dele, saíram quatro homens à paisana, que a cercaram durante toda a gravação.
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Seguranças observam gravação de Fabíola Gadelha dentro de restaurante na Vila Olímpia
O Notícias da TV acompanhou toda a gravação. Enquanto três dos seguranças se posicionavam em frente do restaurante, um quarto andava pela rua e mexia despretensiosamente em seu smartphone, aparentemente sem prestar atenção no que acontecia ao seu redor. A falta de perigo era tanta que os quatro chegaram a se afastar para fazer uma foto no estacionamento de uma loja vizinha.
Após mais de duas horas, um dos seguranças abordou a reportagem, questionando o porquê da insistência em rondar a rua paralela ao restaurante com o celular na mão e tirando diversas fotos.
Este repórter alegou que aquilo fazia parte de um trabalho de faculdade. O segurança, então, me convidou para se aproximar da gravação. "Só não colocar isso no ar ou publicar em qualquer lugar, tá?", pediu.
Fabíola já conversava de forma descontraída com a equipe da Record (produtores, câmera e operador de áudio) que a acompanhava. Tentei pedir uma foto a ela.
A jornalista nem quis ouvir. Apesar do apelo do repórter, que dizia ser um grande fã, ela negou uma selfie. Disse que "estava correndo".
Sem nenhuma ameaça ou assédio de fãs, Fabíola usa os seguranças como assessores pessoais. Um deles carregava sua bolsa; o outro, a garrafa d'água. Eventualmente, tiravam fotos a pedido da repórter.
Os guarda-costas não são contratados da Record. Eles são funcionários da empresa Company Segurança. A emissora desembolsa R$ 2.500 por gravação com os quatro seguranças.
Procurada pelo Notícias da TV, a Record emitiu nota dizendo que "em algumas pautas, apresentadores e repórteres são acompanhados de alguns seguranças para garantir o andamento das gravações". A reportagem também procurou Fabíola Gadelha, via telefone, durante a tarde de ontem, mas ela não atendeu.
De fato, o emprego de seguranças em reportagens tornou-se comum nos últimos anos, mas apenas em ocasiões em que há risco real para os profissionais das emissoras, como plantões noturnos, deslocamentos para bairros periféricos e coberturas de manifestações, não para pautas amenas. Na Record, somente Fabíola Gadelha sai escoltada para reportagens sem risco.
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