Evil
Imagens: Divulgação/CBS
Mike Colter em cena da primeira temporada de Evil, série que estreia nesta sexta (11), no Globoplay
JOÃO DA PAZ
Publicado em 11/10/2019 - 5h11
Na carona de Andrew Scott, o padre gato de Fleabag (2016-2019), o mundo das séries ganhou outro galã representante do clérigo. Mike Colter, o Luke Cage dos dramas da Marvel na Netflix, cumpre essa cota em Evil, atração que investiga milagres e possessões. Ele faz dupla com uma psicóloga forense cética, que sonha com um demônio para lá de debochado.
Criada pelo casal Robert e Michelle King, o mesmo de The Good Wife (2009-2016) e The Good Fight, Evil estreia nesta sexta-feira (11) no Globoplay, com um episódio novo por semana. A atração joga um molho bem temperado na às vezes insossa fórmula de tramas que apresentam um caso a cada semana. Os ingredientes a mais, nesse caso, são religião e espiritualidade.
Sincerona, Evil não apenas debate a existência de Deus, mas qualquer ação sobrenatural, seja angelical ou demoníaca. Como contrapeso, há o lado da igreja que tenta tirar a limpo tais eventos.
A Igreja Católica tem um representante na série. David Acosta (Colter) é um ex-jornalista aspirante a padre. Ele já trabalhou cobrindo missões militares americanas no Afeganistão. Na sua jornada para se apoderar da batina, ele abraça a missão de investigar mistérios inexplicáveis, obedecendo ordens da cúpula da igreja.
Ele encontra no seu caminho Kristen Bouchard (Katja Herbers, a filha do Homem de Preto de Westworld), psicóloga forense totalmente descrente, que usa a razão e a ciência em seu trabalho. A mãe de quatro filhas crianças não acredita em demônios, Deus ou qualquer coisa do tipo --mas só até certo ponto.
A reviravolta se dá no choque entre Kristen e Acosta, ponto no qual Evil mostra a que veio. O conflito entre um crente e uma cética promove ótimas e honestas conversas, pois o padre gato (que desperta na colega desejos libidinosos) não é fanático e está aberto a ouvir opiniões de quem duvida da existência de entidades sobrenaturais.
Katja Herbers vive a psicóloga cética Kristen, que tem pesadelos com um demônio sacana
Muito bem equilibrada, a série apresenta com clareza porque Acosta crê e explana quais os motivos que levam Kristen ser contra Deus. Ela, por exemplo, dispara uma pergunta justa ao tratar com Acosta sobre a provisão de Deus e as boas coisas feitas por Ele: "Sabe qual é o problema do milagre? Não é ele ser possível ou não, mas que somente umas pessoas recebem [essa maravilha], e outras não", detona.
Evil dá soluções inteligentes nas investigações, que vão desde um serial killer suspeito de ter um demônio no corpo a um adolescente que ressuscitou em um hospital após a oração de um padre. A dinâmica entre Acosta e Kristen é muito agradável e estimula a vontade de continuar acompanhando as aventuras deles.
E ainda tem um diferencial. Assim que passa a interagir com Acosta, Kristen começa a ter pesadelos, algo que nunca havia ocorrido antes em sua vida. Um demônio debochado e, por incrível que pareça, divertido, entra nos sonhos da psicóloga e a atormenta. As visitas de George, como ele se chama, se tornam constantes.
Para amenizar o clima, Evil tem o seu núcleo da fofura, povoado pelas quatro filhas de Kristen, todas adoráveis e que aparentemente não a deixam louca, mesmo com cada uma falando coisas diferentes ao mesmo tempo.
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