APOSTA 'CINEMATOGRÁFICA'
BRUNO POLETTI/SPOTIFY
Tainá Müller, Rocco Pitanga e Camila Pitanga; atores integram elenco de Batman Despertar
Que atire a primeira pedra quem nunca fechou os olhos durante uma sessão de cinema. Porém, que tal "assistir" a um filme sem imagens, apenas com o áudio? Essa é a proposta da audiossérie Batman Despertar, produção original do Spotify em parceria com a Warner Bros. e a DC Comics. Com nomes como Rocco Pitanga, Tainá Müller e Camila Pitanga no elenco, a adaptação brasileira consegue levar o espectador a uma experiência quase cinematográfica --mas apenas com a voz.
A audiossérie conta com 10 episódios, que serão disponibilizados aos assinantes da plataforma de streaming sonoro a partir desta terça (3) -- dois capítulos já na estreia, e os demais adicionados semanalmente ao catálogo. O enredo conta a história de Bruce Wayne, o Batman (Rocco Pitanga), que perdeu as memórias sobre a sua experiência como o Cavaleiro das Trevas.
Por isso, ele não salva Gotham City das investidas criminosas do serial killer O Ceifador (Hugo Bonemer). No entanto, após ser atacado pelo vilão, Wayne fica obcecado pelo assassino, é afastado do trabalho e precisa iniciar sessões de terapia com o Dr. Hunter (Marcelo Varzea), um estranho psicólogo. Enquanto isso, Barbara Gordon (Tainá Müller) recorre ao Charada (Augusto Madeira), o segundo detetive mais inteligente de Gotham, para resolver o caso.
Mesmo com o enredo digno de ser levado às telonas, a produção em áudio coloca o ouvinte dentro do universo sombrio de Gotham City, inclusive nas cenas de ação. Com o reforço dos efeitos especiais, Batman Despertar proporciona a experiência de ver um filme, só que de olhos vendados.
Esta peculiaridade desafia não apenas o consumidor, como também os próprios atores. "A gente tinha que entrar em Gotham só pelo áudio. Tinha que usar muito a imaginação, algo que o ator sempre usa como matéria-prima. Mas, numa obra como essa, precisa usar mais ainda, porque não tinha cenário, a gente ficava mais focado no texto, foi um exercício bem interessante", admite Tainá ao Notícias da TV.
"O Daniel Rezende [diretor de Batman Despertar] fez questão de tentar gravar junto o máximo de pessoas que pudessem para dar o tempo do diálogo. Claro que tem situações de tiroteio, de estar no IML cortando cadáver. A gente não tinha acesso à trilha e aos efeitos sonoros, fazia tudo meio que imaginando. Nada foi mostrado pra gente, para poder partir do zero, fazer uma coisa nova. Construir tudo na cabeça e poder viver tudo aquilo", complementa Madeira.
"É um raciocínio superdiferente, não existe o olhar para nos ajudar, o corpo não está ali. É tudo na voz. Mas como você traduz um olhar pela voz?", indaga a intérprete de Barbara Gordon.
E, apenas com a voz, Rocco Pitanga teve que recorrer ao consumo de água quente e chá para dar contar do desafio. "Nos primeiros dias, como é um lugar de voz que não estou muito acostumado a fazer, tive alguns momentos em que as minhas cordas vocais cansaram um pouco", admite.
Para entender o investimento na audiossérie, é preciso compreender que a indústria dos programas de áudio segue em expansão em meio à guerra do streaming. Segundo dados da 22ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia da PwC, a receita global de música, rádio e podcast aumentará de US$ 78,1 bilhões [aproximadamente R$ 395 bilhões] em 2020 para US$ 119,4 bilhões [aproximadamente R$ 604 bilhões] em 2025.
Neste cenário, o Spotify fez um acordo de vários anos com a Warner Bros. e a DC Comics para adaptar os personagens das histórias em quadrinhos em produtos de áudio. Batman Despertar é o primeiro projeto desta parceria e, além da versão norte-americana e da brasileira, contará com adaptações na França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão e México.
Confira o trailer de Batman Despertar:
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