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Reprodução/CBS
Os atores Jim Parsons e John Ross Bowie tentam jogar basquete (e falham) em The Big Bang Theory
JOÃO DA PAZ
Publicado em 23/9/2019 - 5h10
Nos últimos três meses, o mercado de séries dos Estados Unidos mostrou o quanto está disposto a pagar por comédias populares. Como se fossem superatletas requisitadas pelos clubes mais ricos, The Big Bang Theory (2007-2019) e The Office (2005-2013) hoje valem bilhões de reais, o dobro do que o PSG pagou para tirar Neymar do Barcelona.
Essas duas atrações, junto com Friends (1994-2004) e Seinfeld (1989-1998), foram alvos recentes de plataformas de streamings de olho no público que as assiste religiosamente, como se fosse um ritual diário. A agressividade nessas aquisições serve tanto para manter o cliente antigo quanto para atrair novos usuários.
A valorização dessas comédias é estrondosa. Em 2016, a Hulu, hoje empresa da Disney, pagou US$ 180 milhões (R$ 748 milhões) pelo direito de disponibilizar Seinfeld nos EUA até 2021. Cada episódio saiu por US$ 1 milhão. Considerada a melhor comédia de todos os tempos, ela passará a ser disponibilizada na Netflix após o fim do vínculo atual com a Hulu --os valores não foram divulgados.
Nesta semana, a HBO Max, streaming da Warner, pagou mais de US$ 500 milhões (R$ 2,080 bilhões) para ter The Big Bang Theory durante cinco anos. Cada episódio saiu por US$ 1,79 milhão. Em três anos, o mercado norte-americano de séries valorizou a comédia em 177%.
Esses US$ 500 milhões também foram o valor que a NBCUniversal pagou para ter The Office em sua plataforma online, batizada de Peacock (Pavão, nome que remete ao mascote da NBC). Assim, The Big Bang Theory e The Office valem mais do que dois Neymar. O PSG desembolsou € 222 milhões (R$ 1,021 bilhão), em 2017, para contar com o craque brasileiro até 2022, a contratação mais cara da história do futebol.
Em comparação com os atletas dos esportes americanos, as séries também levam a melhor, até mesmo se Friends, negociada por um valor inferior do que Big Bang e The Office, for levada em consideração.
A comédia que completou 25 anos no domingo (22) será disponibilizada no streaming HBO Max, nos EUA, após a Warner abrir o cofre e gastar US$ 425 milhões (R$ 1,768 bilhão) para ter a série em seu catálogo de 2020 até 2024.
A contratação esportiva mais cara nos EUA é a do jogador de beisebol Bryce Harper, que assinou durante 12 anos um contrato de US$ 330 milhões (R$ 1,374 bilhão), para sair do Washington Nationals e ir para o Philadelphia Phillies, clubes da MLB. A liga de beisebol infla os valores de seus atletas porque não há limite de gastos (teto na folha salarial de equipe).
Por isso, é de lá que deve vir o primeiro atleta americano com uma etiqueta que ultrapassará os US$ 400 milhões. O candidato a bater esse recorde é o jogador Mike Trout, do Los Angeles Angels. Especula-se que ele deve renovar o acordo com seu time por US$ 432 milhões (R$ 1,797 bilhão). Um pouco a mais do que Friends.
Como na NBA (liga de basquete) e na NFL (futebol americano) os times têm de respeitar um teto salarial, regra para tentar manter um equilíbrio entre os clubes e impedir que os ricos gastem mais, os valores negociados são menores.
Os maiores contratos já feitos na NBA foram os de Stephen Curry (Golden State Warriors) e Russell Westbrook (Houston Rockets), ambos firmados na casa dos US$ 200 milhões (R$ 832 milhões). Na NFL, o mais rico é Russell Wilson, quarterback do Seattle Seahawks que vale US$ 140 milhões (R$ 582 milhões), valor que não paga nem um terço de The Big Bang Theory ou The Office.
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