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APOSTA DA NETFLIX

Baseada em HQ, O Legado de Júpiter patina ao introduzir novo universo de heróis

Divulgação/Netflix

Leslie Bibb, Josh Duhamel e Ben Daniels com o uniforme de seus personagens na série O Legado de Júpiter

Lady Liberdade, Utópico e Onda Mental são os principais heróis de O Legado de Júpiter, nova série da Netflix

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 8/5/2021 - 7h00

Um dos principais lançamentos da Netflix para o primeiro semestre de 2021, O Legado de Júpiter estreou na sexta (7) como a primeira aposta do serviço de streaming no universo de super-heróis. Baseada na HQ escrita por Mark Millar, o mesmo autor de Kick-Ass e Kingsman, a primeira temporada da série patina na introdução de um mundo que questiona o papel do herói na era atual.

A atração é a primeira adaptação de uma HQ do Millarworld --histórias escritas por Millar-- após a Netflix adquirir o selo. Com tantas boas tramas na biblioteca do autor, O Legado de Júpiter parecia uma escolha certeira para uma época na qual Vingadores, Arrowverse e The Boys dominam a cultura pop.

A trama dos quadrinhos apresenta a União da Justiça --semelhante à Liga e aos Vingadores--, um grupo de superpoderosos que lutam para manter a paz no mundo e, principalmente, nos Estados Unidos. Dividida em dois volumes, a história é centrada em duas gerações de heróis diferentes: a original e a de seus filhos, que lutam pelo mesmo objetivo, mas têm maneiras distintas de pensar.

A equipe original da União, liderada pelo quase invencível Utópico (Josh Duhamel), segue um Código que serve como guia para seus integrantes. Suas normas não os permitem matar, nem dominar. Afinal, seres com seus poderes são capazes de interferir no livre arbítrio da humanidade, e isso não pode ser permitido.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Brandon é herói da nova geração

Para a geração atual, esse Código não funciona mais. Quando seus pais adquiriram seus poderes, ainda na década de 1930, o mundo e os EUA eram outros. Agora, os vilões atiram para matar, lutam sem segurar os punhos e os confrontos estão mais violentos do que nunca. Heróis tombam com mais frequência, e o sentimento de vingança e injustiça cresce entre os jovens.

Dentro desse contexto, O Legado de Júpiter apresenta a família de Utópico, cujo nome civil é Sheldon Sampson. Junto com a mulher, Grace (Leslie Bibb), os dois formam a principal dupla da União e símbolo do casal exemplar. Seus filhos, Brandon (Andrew Horton) e Chloe (Elena Kampouris), desde pequenos viveram com a pressão de serem heróis à altura dos pais, e as consequências disso causaram efeitos distintos em ambos.

Mais cobrado por Sheldon, Brandon luta para conquistar a confiança do pai, mas as expectativas de ambos acabam enfraquecendo a ligação entre os dois. No caso de Chloe, a falta de uma figura paterna (e materna) a fez seguir pelo caminho da rebeldia, deixando de lado o heroísmo para viver no mundo das celebridades perdidas.

Para contar a sua história, a série utiliza pedaços separados de cada volume para apresentar os personagens e explicar o seu legado, dividindo a trama em duas linhas do tempo diferentes. E é aí onde a adaptação começa a patinar.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Chloe é a filha rebelde de Sheldon/Utópico

A linha do tempo no passado é definida durante o auge da Lei Seca, apresentando Sheldon e seu irmão, Walt/Onda Mental (Ben Daniels) depois que ele começou a ter visões após a morte de seu pai. A vasta duração dos flashbacks introduz os futuros membros da União antes de conquistarem seus poderes, mas o faz de maneira esticada demais, criando um enredo redundante que toma quase metade do primeiro ano.

Essa "viagem" constante entre passado e futuro também marca uma das principais diferenças da série para os quadrinhos. Por mais que a intenção seja claramente dar mais camadas e desenvolver melhor a história e a personalidade dos personagens, a adaptação acaba muitas vezes andando em círculos, com medo de entregar muito do que vem pela frente.

Esticar a história das HQs, no entanto, não traz apenas pontos negativos. A linha do tempo no presente é a que mais ganha com a decisão criativa, liderada pelo showrunner Steven S. DeKnight (Demolidor). Por mais que os efeitos especiais sejam um tanto precários e comparáveis aos de séries como Arrow (2012-2020) e The Flash, personagens como Brandon ganham mais substância.

Para quem leu os quadrinhos, Walt e o núcleo jovem centrado em Brandon, Chloe e Hutch (Ian Quinlan) deveriam ter papéis com destaque, mas diferentes dos apresentados na primeira temporada. Algumas dessas mudanças funcionam, principalmente para George/Skyfox (Matt Lanter), que é peça chave a partir do volume 2 e na continuação de Legado, Círculo de Júpiter.

Acontecimentos importantes foram adiados para o futuro, mas a base preparada deixou um terreno bom para as reviravoltas que serão apresentadas caso a série seja renovada. Se deixar as enrolações de lado e ir direto ao ponto, o Legado de Júpiter tem potencial para ser um dos grandes títulos dos próximos anos na Netflix.

Assista ao trailer legendado da primeira temporada:  


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