Ator se recusou a ler livros que inspiraram As Bruxas Mayfair: 'São longos demais!'

Lançada no Brasil na sexta-feira (16), a série As Bruxas Mayfair é uma adaptação da saga de livros homônima escrita por Anne Rice (1941-2021). Mas o ator Harry Hamlin, escalado para viver Cortland, passou longe dos textos da autora de Entrevista com o Vampiro. Mas não porque ele preferia construir a própria versão do personagem, sem se deixar influenciar pela literatura. "É que eles são longos demais!", admite o veterano.

"Eu baixei o primeiro volume da saga como audiolivro no celular, mas tinha 56 horas de duração (risos). Pensei: 'Não tenho tanto tempo na minha vida para fazer isso'", conta Hamlin em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

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"Depois que eu recebi os roteiros da série, resolvi escutar o audiolivro. Ouvi as primeiras nove horas e falei: 'Espere um pouco, Cortland está morto! Ele morrem em 1969, como pode isso?'. E aí eu percebi que já tinha ouvido o suficiente para entender a atmosfera de Anne Rice e não precisava mais das outras 47 horas (risos)."

O ator de 71 anos, que foi indicado três vezes ao Globo de Ouro por seu trabalho no drama jurídico L.A. Law (1986-1994) e também atuou em séries como Veronica Mars (2004-2007; 2019) e Mad Men (2007-2015) e no icônico filme Fúria de Titãs (1981), revela os motivos que o levaram a As Bruxas Mayfair --já que ele não tinha lido os livros de Anne Rice.

"Nenhum personagem é igual ao outro, eu tento diferenciá-los o máximo possível. Cortland me atraiu porque eu posso viver um cavalheiro do sul... E, basicamente, o AMC [canal que exibe a série nos EUA] deixou que eu saísse da minha gaiola. Em Mad Men, eles tinham me mantido trancado, com fechadura e tudo. Agora eles falaram: 'Pode abrir, divirta-se, vá à loucura'. Então eu estou me divertindo, tenho uma cobra píton de 3 metros, é uma delícia", brinca.

Tongayi Chirisa vive Ciprien, que não existe nos livros

Se Harry Hamlin teve preguiça de ler a saga de Anne Rice, Tongayi Chirisa vive uma situação inusitada. Na série, ele interpreta Ciprien Grieve, integrante da sociedade secreta Talamasca e espécie de anjo protetor de Rowan. O personagem não existe nos livros --pelo menos, não como aparece na TV: ele é uma mistura de Michael Curry e Aaron Lightner.

"Ele tem um pouco dos dois, trabalha para a Talamasca e tem o poder de tocar objetos e ver o passado das pessoas. Cip se torna meio que um guia para Rowan quando ela entra nesse mundo da bruxaria, de explorar o seu passado. Ele a ajuda a descobrir quem ela é e por que tantas coisas ruins estão acontecendo", adianta o ator à reportagem.

Chirisa conta que, como seu personagem é uma junção de outros dois, se sentiu mais livre para criar Ciprien com sua visão. "Mas também há uma pressão em cima de mim para criar algo que é único. Você pega emprestado um pouco do Aaron, um pouco do Michael, e molda aquilo em algo que faça sentido nesse universo de Anne Rice. É divertido, mas eu estava descobrindo coisas novas todos os dias."

A autora, inclusive, morreu pouco antes de as gravações começarem. Anne é listada como produtora executiva da adaptação, juntamente com seu filho, Christopher Rice. "É uma honra para o elenco poder fazer uma homenagem ao legado dela, sabendo que ela estava do nosso lado e tinha aprovado o projeto. Acho que a série é uma maneira de apresentar o trabalho de Anne Rice para uma nova geração, que vai ver As Bruxas Mayfair na TV e talvez procurar os livros", aposta Tongayi Chirisa na conversa exclusiva.

Produção do AMC Studios, a primeira temporada de As Bruxas Mayfair foi lançada na sexta-feira (16), no streaming Lionsgate+. A série já foi renovada para um segundo ano, ainda sem previsão de estreia nos Estados Unidos ou no Brasil. Confira o trailer: