CRISE EM HOLLYWOOD
Divulgação/Netflix
Millie Bobby Brown em Stranger Things e Xolo Maridueña em Cobra Kai; séries estão suspensas
A nova greve dos roteiristas de Hollywood já fez suas primeiras vítimas. Embora a maioria das atrações da TV aberta dos Estados Unidos já tenha finalizado os trabalhos da atual temporada --e até adiantado uma porção para o próximo biênio--, séries como Stranger Things, Cobra Kai e Daredevil: Born Again, reboot de Demolidor (2015-2018), estavam em produção e foram paralisadas.
Desde o início da greve em 2 de maio, várias produções em andamento precisaram fechar as portas por não poder contar com profissionais trabalhando nos roteiros. Atualmente o número de séries paralisadas ainda é pequeno, mas pode aumentar caso a paralisação continue durante muito tempo.
O último título a confirmar a pausa nos trabalhos foi a comédia P-Valley, hit do Lionsgate+. Nesta quarta (10), a criadora e showrunner Katori Hall foi às redes sociais anunciar que a produção seria interrompida até que um acordo entre o WGA (Sindicato dos Roteiristas Norte-Americanos) e a AMPTP (Aliança dos Produtores de Filmes e Televisão) seja finalizado.
"Não filmaremos até que um acordo justo seja alcançado. Como muitos de meus colegas showrunners, sinto que minhas funções de escrever e produzir estão inextricavelmente ligadas", escreveu Katori em seu perfil oficial no Twitter.
"Também sou membro da DGA [sindicato dos diretores], cujo contrato com a AMPTP começa a ser negociado hoje. Questões sobrepostas são abundantes e veremos como essas histórias terminam. Como escritora, tenho um senso de dignidade radical --de que nosso trabalho deve ser valorizado pela mágica que é", finalizou.
Recentemente, séries como Billions, Ruptura e The Hedge Knight, novo spin-off de Game of Thrones (2011-2019), também foram pausadas após os roteiristas cruzarem os braços pela greve. Abaixo, confira a lista das principais produções interrompidas pela crise em Hollywood:
A lista de exigências dos grevistas é longa, mas uma das principais reivindicações da classe diz respeito aos residuais, como são chamados os direitos autorais. Roteiristas alegam que o repasse do valor à categoria é baixo se comparado ao que é dado a produtores e atores. As plataformas de streaming, segundo eles, também pagam menos do que o cinema e a TV tradicional.
O WGA também exige um aumento da compensação mínima, visto que o pagamento é feito por episódio e as plataformas de streaming encomendam temporadas mais curtas com um tempo de envolvimento maior dos escritores durante a produção. Melhorias no plano de saúde também são negociadas.
Outro pedido diz respeito às salas de roteiro. Tradicionalmente, diferentes escritores eram responsáveis por episódios distintos. Enquanto o escritor A produzia seu capítulo, o B poderia acompanhar a gravação do que havia criado. Agora, especialmente no streaming, poucos roteiristas se reúnem em uma sala, escrevem todos os episódios e são dispensados. Isso dificulta a ascensão de escritores novatos e, a longo prazo, pode coibir o surgimento de pessoas aptas a serem produtoras.
Esta é a primeira paralisação da classe desde a histórica greve de 2007-2008, que durou cem dias e custou cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões, na cotação atual) à indústria.
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