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COM ELENCO ORIGINAL

Agora na Netflix, Cobra Kai usa nostalgia para reviver franquia Karatê Kid

Divulgação/YouTube

Ralph Macchio treinando karatê como Daniel LaRusso em cena de Cobra Kai

Ralph Macchio retorna como Daniel LaRusso em Cobra Kai; série chega ao catálogo da Netflix nesta sexta (28)

ANDRÉ ZULIANI

Publicado em 28/8/2020 - 6h55

A partir desta sexta (28), Cobra Kai entra no catálogo da Netflix com o rótulo de produção original da plataforma. Ela muda de casa após ser o único hit do YouTube em sua experiência no mundo das séries. A fórmula para o sucesso das duas primeiras temporadas foi usar um elemento que anda muito em alta na cultura pop: a nostalgia.

Cobra Kai dá sequência aos acontecimentos da franquia Karatê Kid (1984-1994), série cinematográfica que se tornou um clássico dos cinemas. Ralph Macchio e William Zabka, que viveram os rivais Daniel LaRusso e Johnny Lawrence, interpretam novamente os personagens que eternizaram suas carreiras ainda no primero filme.

[Atenção: spoilers a seguir]

A produção começa 34 anos depois do embate entre os dois na final do torneio de karatê de All Valley. Enquanto Daniel se tornou um pai de família exemplar e dono de uma rica rede de concessionárias de carros, Johnny virou um homem rancoroso, sem dinheiro e preso ao passado --uma mera caricatura do adolescente que foi.

A grande diferença entre a série e os filmes está em seus protagonistas. Se na franquia o foco era inteiramente em LaRusso e na sua parceria com o icônico Sr. Miyagi (Pat Morita), Cobra Kai é sobre a rendenção (e a evolução) de Johnny.

A mudança escolhida pelos criadores Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg e Josh Heald foi essencial para recriar o interesse do público por personagens que foram vistos pela última vez há 30 anos. A série mostra pela primeira vez os acontecimentos de Karatê Kid pelos olhos do antagonista e como, talvez, a história tenha sido injusta com ele.

Apresentar uma nova visão não significa reescrever os fatos da franquia, mas desenvolver o personagem de Zabka e revelar camadas que antes eram impossíveis de se observar.

Nesse paralelo, Cobra Kai mostra que Johnny e Daniel tiveram jornadas muito parecidas, mas que seus acertos e falhas foram quase que inteiramente pautados pelas circunstâncias que envolveram suas vidas. Se o segundo tinha em Miyagi um mentor sábio e pacífico, a experiência do rival com o sensei John Kreese (Martin Kove) não poderia levá-lo para outro caminho se não o da raiva.

Para os fãs de Karatê Kid, o retorno dos personagens não é o único atrativo. Cobra Kai é um prato cheio de referências, seja de nomes, cenas, trilha sonora e, claro, dos ensinamentos eternizados na voz de Pat Morita (1932-2005).

União de gerações

Como se trata de uma continuação situada décadas depois da produção original, a nova série da Netflix faz bem a lição de casa para atrair fãs mais novos. Daniel e Johnny ganham a companhia de uma nova geração de adolescentes em busca de se tornarem os maiores lutadores de karatê de All Valley.

O destaque é Miguel Diaz (Xolo Maridueña). O jovem se torna o primeiro aluno de Johnny quando este decide reabrir o dojo que dá nome à série para tentar mudar sua vida. Carismático, o garoto se torna peça essencial na jornada de mudança do personagem de Zabka. É a partir da relação entre os dois que o agora sensei procura fazer as pazes com o passado e aceitar o homem que deve se tornar.

LaRusso, por outro lado, também ganha em Robby Keene (Tanner Buchanan) um aprendiz para chamar de seu. Filho de seu grande rival, o garoto faz parte de sua evolução. Daniel cresceu se espelhando em Miyagi, e sofre quando não consegue seguir os mesmos passos de seu antigo mestre. Com Robby, ele redescobre sua paixão pelo karatê e os valores dos ensinamentos aprendidos quando adolescente.

A adição de tantos jovens também ajuda a mudar a cara da franquia. Cobra Kai sabe se renovar e abraça o humor como principal válvula de escape, sem deixar de lado os dramas adolescentes presentes em qualquer série teen de sua nova plataforma.

A mudança de tom também ajuda a tornar o conservadorismo de Johnny mais aceitável. Sua visão antiquada da vida é tratada com escracho, quase risível. Isso ajuda Cobra Kai a abordar certos temas importantes sem ultrapassar a linha da irresponsabilidade.

Com uma terceira temporada da série já confirmada, a Netflix tem em mãos elementos de sobra para aproveitar um produto que pode agradar aos fãs, antigos e novos, durante mais alguns anos.

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