Vai na Fé chuta o balde com reviravolta antes de completar um mês no ar

Vai na Fé completa um mês no ar nesta quinta-feira (16), mas a novela das sete da Globo já pisou no acelerador e promove um looping com a morte de Carlão (Che Moais). Além de ficar viúva, Sol (Sheron Menezzes) terá de enfrentar a descoberta de seu grande segredo: quem é o pai de Jenifer (Bella Campos). Haverá uma boa passagem de tempo e a inserção de drama sem pesar a mão na história.

A autora Rosane Svartman não está economizando trama e consegue unir vários ingredientes atraentes para contar bem a saga da família da protagonista e daqueles que a cercam. O fato de Sol e os parentes serem evangélicos não os torna pessoas sem dilemas.

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A fé conduz suas vidas e dá bons contornos para serem explorados, pois a persistência é uma característica dos bravos --o perfil religioso ainda proporciona olhares controversos e questiona preconceitos.

Para completar a pedalada de Vai na Fé, a trama vai saltar no tempo por mais de três meses para pular o luto pela tragédia com a morte de Carlão e enriquecer o drama de Sol, mas sem chororô na faixa das 19h --horário no qual os folhetins da Globo são sempre mais leves e recheados de cenas de humor. Ela se verá novamente como uma grande parcela dos brasileiros: sem ter como pagar as contas no final do mês.

A reviravolta também acaba com a decadência de Lui Lorenzo (José Loreto), que fica com agenda lotada após apelar para vazamento de nudes para desmentir uma fofoca avassaladora sobre sua virilidade. Sua sofrência por amar Sol sem ser correspondido também ficará com frequência alternada para o lado "boy lixo" dele rolar de vez em quando.

Wilma: personagem necessária

É verdade que Rosane Svartman usa a mesma fórmula que marcou as tramas que ela assinou com Paulo Halm na última década: Totalmente Demais (2015) e Bom Sucesso (2019). Só que, em vez de repetição de tipos, o público já percebe que se trata muito mais de estilo.

Renata Sorrah contracena com José Loreto

A novelista também atualiza bem personagens com o mesmo perfil, como Sol e Paloma (Grazi Massafera), a protagonista da trama de 2019 que começava a saga achando que ia morrer por causa da troca de um exame. 

Com 25 capítulos exibidos, Vai na Fé ainda não tem os famosos casais para shippar que a autora sabe criar bem, envolvidos em triângulos amorosos que geram torcidas aguerridas nas redes sociais. Sol tem um passado que é apresentado em pedacinhos, e sua paixão da juventude ainda nem a reencontrou para valer: Ben (Samuel de Assis).

Ele também vive um relacionamento calcado no amor com Lumiar (Carolina Dieckmann), e dá para prever que a loira não ficará no posto de mulher correta e íntegra durante muito tempo. O que ela vai ser capaz de fazer para não perder o homem que ama? 

Muitas questões ainda vão surgir na novela, que embala seu bom ritmo com personagens populares. O funk e toda a musicalidade em cena estão entre os atrativos da história, assim como a personagem defendida com maestria por Renata Sorrah.

Wilma tem falas primorosas, humor ácido e sabe cutucar o riso espontâneo no telespectador. Aos 75 anos, a intérprete merecia este "presente" para parar de ser lembrada por personagens que fez há quase duas décadas, como Nazaré Tedesco, de Senhora do Destino (2004).

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