Autora de Vai na Fé provoca para ser xingada no Twitter: 'Me atropelar e dar ré'

Pronta para ser xingada no Twitter. Esse é o atual status de Rosane Svartman, autora de Vai na Fé, novela que estreia na faixa das 19h da Globo no próximo dia 16. A novelista, na verdade, brinca com as torcidas fervorosas dos fãs dos folhetins que usam a internet para externar seus desejos, principalmente envolvendo os triângulos amorosos e os alvoroços que se criam com quem fica com quem no final de um folhetim.

"Eu acho que é bacana isso da novela, de ser aberta, de gerar esse esse boca a boca amplificado pelas redes sociais. Essa paixão, alguém que quer me atropelar e dar ré. Não acredito que essa pessoa literalmente quer me atropelar e dar ré, mas essa paixão é uma conexão com a novela", comenta a roteirista, que realmente leu uma mensagem postada na rede social na qual o usuário dizia que queria fazer isso com ela.

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"Eu tenho de repetir isso para mim mesma quando eu começo ler aqueles tuítes aguerridos e passionais. Mas acho que o que a novela provoca é um fenômeno espetacular. É maravilhoso porque é um laço social que a novela, de alguma forma, provoca. A gente consegue ter o possível retrato da repercussão que a novela gera no país, e eu acho isso impressionante, é um fenômeno", completa.

A autora afirma que escreve pares românticos para serem shippados. "Porque eu acho que o triângulo amoroso é um clássico ou um padrão glamouroso de uma novela, é o melodrama, mas nunca escrevo o final em nenhuma sinopse", explica, já deixando claro que o desfecho amoroso de nenhum dos personagens de Vai na Fé esteja traçado.

Responsável por um dos grandes sucessos da faixa das 19h na última década, a novela Totalmente Demais (2015), e com sua última trama também bem aceita no horário, Bom Sucesso (2019), ela gosta de abrir debates que estão em pauta na sociedade.

Por isso, a substituta de Cara e Coragem tem uma família central, que mora no subúrbio e é formada por pessoas negras.

É preta e tem uma primeira filha que vai para a faculdade, uma universidade particular de excelência. A gente vai ter oportunidade de falar do ponto de vista de várias gerações dessa família. Entrando nessa universidade, a gente vai poder falar através dos personagens de questões que hoje também a gente está conversando na sociedade, como cota, meritocracia e privilégio.

A formação ética e moral dos profissionais também terá espaço, já que os estudantes em destaque são de Direito. Isso deve abrir um bom leque para se falar de Justiça e como as leis e a percepção das pessoas mudaram ao longo dos anos.

"Um exemplo disso é o assédio sexual. A nossa percepção do que é assédio e do que não é assédio mudou, né? Então, é claro que a gente vai trazer isso também, aproveitando as diferentes gerações que a gente tem nessa novela", finaliza a escritora.

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