Novela religiosa da Globo? Vai na Fé evita música gospel na trilha sonora

Desde que foram publicadas as primeiras informações sobre Vai na Fé, o público teve a impressão de se tratar de uma novela religiosa. A história de Rosane Svartman, no entanto, não vai abordar o tema --como a Globo faz questão de reforçar sempre que pode. Apesar de o núcleo principal ser de personagens evangélicos, a próxima novela das sete não terá músicas gospel em sua trilha sonora. Tudo para evitar o rótulo indesejado.

"A religiosidade faz parte da construção de alguns personagens. O valor número um do brasileiro, de 99% dos brasileiros, é ter fé. E 90% tem uma religião. É importante trazer personagens que dialoguem com o público", aponta a autora.

"Eu não sei porque estranharam tanto que isso [ser evangélica] seja uma característica da Sol [Sheron Menezzes]. Não seria estranho aquela mulher, numa família construída com afeto, multigeracional, uma família aspiracional, ser evangélica, ser cristã. Esse é um dado importante para os brasileiros", indica Rosane Svartman.

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Músicas gospel serão ouvidas apenas em cenas específicas dos personagens em seus cultos. Não há a intenção, pelo menos inicialmente, de incluí-las na trilha sonora da novela, que estreia no próximo dia 16 no lugar de Cara e Coragem.

"A gente não elenca como protagonista nenhum estilo musical especificamente porque a novela flerta com todos os ambientes musicais que a gente considerar pertinentes. Neste universo temos uma família e as práticas cristãs dessa família fazem com que elas convivam com música gospel sem que isso esteja incorporado à trilha porque a novela não é sobre isso", explica o diretor artístico Paulo Silvestrini.

A autora, que também é pesquisadora, afirma que ficou surpresa com a repercussão que o fato de a protagonista ser evangélica teve na mídia e entre os telespectadores. Ela lembrou que tanto Elisa (Marina Ruy Barbosa) em Totalmente Demais (2016) quanto Paloma (Grazi Massafera) em Bom Sucesso (2019) eram mulheres com alguma ligação religiosa.

"Acho interessante, até do ponto de vista do meu lado acadêmico, tentar entender o porquê de isso ter chamado tanto a atenção das pessoas. É o ineditismo? É uma tendência? O que faz esse fato chamar tanta atenção? Tanto a Elisa quanto a Paloma era mulheres de fé. Paloma falava para Santa na praça, frequentava a igreja, se confessava com o padre Paulo (Guti Fraga) e Bom Sucesso não foi considerada uma novela religiosa", reflete.

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