MULHERES APAIXONADAS
Gianne Carvalho/TV GLOBO
Susana Vieira como Lorena em Mulheres Apaixonadas (2003); ela se envolvia com homem mais novo
Há exatos 20 anos, Mulheres Apaixonadas (2003) estreava na faixa das oito da Globo. O autor Manoel Carlos explorou dramas femininos por meio de personagens fortes e que trouxeram à tona muitas questões sociais, além de combaterem preconceitos. Foi o caso de Susana Vieira, que encarou uma cena de sexo com um homem mais novo. "Eu já era uma senhora, fiquei profundamente constrangida porque não tinha mais um corpo de 20 anos", contou a atriz.
Já consagrado por folhetins como Por Amor (1997) e Laços de Família (2000), o novelista decidiu se aprofundar nas relações familiares e criou uma história com muitos personagens e tramas paralelas. A intenção era que a narrativa fosse contada como várias minisséries, com diversos núcleos sendo mostrados simultaneamente.
Diretora-geral da Escola Ribeiro Alves, Lorena (Susana Vieira) deixa a família e amigos escandalizados ao se envolver com Expedito (Rafael Calomeni), um rapaz bem mais novo do que ela. A também professora já havia sido casada com Rafael, vivido por Cláudio Marzo (1940-2015), com quem teve os filhos Vidinha (Júlia Almeida) e Diogo (Rodrigo Santoro).
"O Manoel Carlos, em vez de fazer um personagem central ou dois, ele fez um leque de personagens centrais femininos, cada um com uma característica. Eu era diretora de uma escola, uma diretora de cabeça aberta, que ia contra preconceitos, uma mulher mais velha com um rapaz mais novo", comentou Susana em declaração ao site Memória Globo.
Foi a primeira vez que eu tive que tirar a roupa e simular uma cena de sexo, e depois de muitos anos de carreira. Eu já era uma senhora. Eu fiquei profundamente constrangida, não por tirar a roupa, mas porque eu não tinha mais um corpo de 20, 30 anos.
Completamente apaixonada, Lorena conseguiu transformar a vida do rapaz, que passou a trabalhar até como modelo. Mas a relação chegou ao fim quando Expedito ficou com a nora da diretora, Marina (Paloma Duarte). No final da trama, a dona do colégio superou as dores do coração partido nos braços de Ricardo (Reynaldo Gianecchini) --outro homem mais novo.
Mulheres Apaixonadas abordou ainda dramas como violência doméstica, alcoolismo, maus-tratos aos idosos, ciúme excessivo, virgindade, câncer, relacionamento homoafetivo e até namoro com padre.
Raquel (Helena Ranaldi), por exemplo, apanhava de Marcos (Dan Stulbach) com raquetadas. A professora demorou muito para conseguir denunciar o marido, e a novela incentivou mulheres a entregar os agressores à polícia.
Já Santana (Vera Holtz) travava uma longa luta contra o alcoolismo, enquanto Hilda (Maria Padilha) enfrentava um câncer de mama. Os ataques de ciúme de Heloísa (Giulia Gam) com Sérgio (Marcello Antony) causaram um debate sobre mulheres que amam demais.
Dóris (Regiane Alves) provocou raiva no público ao maltratar os avós, e a cena em que a jovem levava cintadas de Carlão (Marcos Caruso) é muito lembrada até hoje.
Houve ainda o romance entre as estudantes Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli). As duas enfrentavam rejeição da família, mas os telespectadores acabaram aceitando as lésbicas na novela --desde que não tivesse cena de beijo.
"A trama era um painel de mulheres apaixonadas, de uma maneira ou de outra. Tinha aquela apaixonada pelo filho, apaixonada pelo álcool, alcoólatra, mulher apaixonada pelo homem que a espancava. Era um painel de mulheres e seus problemas. As histórias corriam paralelamente, se entrelaçando umas às outras. Eu fui montando as histórias de acordo com as prioridades que eu tinha", explicou Manoel Carlos.
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