Renascer presta homenagem a padre criticado por bolsonaristas

O pastor Lívio (Breno da Matta) citou o padre Júlio Lancellotti durante o capítulo desta quarta (5) de Renascer. Ele disse que "admira muito" o religioso, que frequentemente é criticado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional e nas redes sociais. O pároco chegou a ser alvo de um pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de São Paulo.

Pouco depois da exibição da cena, o padre se pronunciou publicamente sobre a homenagem. Uma internauta publicou uma parte da cena e marcou o religioso, que repostou o trecho nos Stories do Instagram e afirmou ter "gratidão".

Bruno Luperi, autor da novela, fez um breve texto ao homenageado. "Estamos juntos nessa luta. Independentemente do credo, sempre fiéis ao mesmo propósito. Inspirados pela sua luta, padre Júlio Lancelotti. Sempre!", escreveu o novelista.

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Na cena em questão, Tião Galinha (Irandhir Santos) procurou o pastor para questioná-lo sobre uma passagem da Bíblia sobre Jesus. "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra", disse ele, em referência a Mateus 5:5.

O marido de Joana (Alice Carvalho) reclamou que Egídio (Vladimir Brichta), que não é nada manso, é quem realmente herdou a terra --sobretudo a do pai, o coronel Firmino (Enrique Diaz).

"Eu também não sei do que adianta, mas olhe: lá em São Paulo tem um padre que admiro muito, o nome dele é Julio Lancellotti. E faço minhas as palavras dele quando diz: 'não luto para vencer, eu sei que vou perder, eu luto para ser fiel até o fim'", disse Lívio.

A cena repercutiu nas redes sociais. "Que maravilhoso ver Renascer citando o padre Julio Lancellotti", escreveu Felipe Hoffmann no X (antigo Twitter)."O pastor mencionando o padre Julio! Que lindo", completou Adriana.

O padre Julio Lancellotti é conhecido pelo trabalho humanitário que realiza com a população de rua na cidade de São Paulo. Ele até dá nome a uma lei federal que proíbe a aplicação de elementos de arquitetura hostil, que visa expulsar pessoas socialmente indesejadas da região.

Ele é coordenador da Pastoral do Povo da Rua e também comanda a Paróquia de São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca.

Ele foi tachado de "padre esquerdista" nas redes sociais por bolsonaristas e alvo até de notícias falsas. Ele foi acusado por parlamentares de fazer parte de uma "máfia da miséria" na região conhecida como Cracolândia --o que teria motivado a criação da CPI entre os vereadores.