Relação de ladra de bebê com o filho 'beira o incesto', diz Deborah Secco

Golpista de marca maior em Segundo Sol, Karola (Deborah Secco) tem um ponto fraco: Valentim (Danilo Mesquita), o filho que ela roubou de Luzia (Giovanna Antonelli) ainda bebê, e que criou como se fosse seu. O amor maternal é quase doentio, segundo sua intérprete. Deborah diz que ser uma vilã que ama é o grande conflito da personagem.

"A relação de Karola com o filho beira o incesto, sabe? De tão apaixonada que ela é pelo Valentim. Ela deita junto, fica agarrada. Acho que minha mãe é assim comigo, é um amor fora do comum. E eu sou assim com a minha filha, parece que a gente quer engolir de tanto amor. A Karola tem isso", afirma a atriz.

Karola é muito ambiciosa e fútil. Na virada para a segunda fase, mudou o visual e passou a ter uma "pegada Kim Kardashian". Agora, vive em um apartamento enorme, uma cobertura, imita Ivete Sangalo e não se cansa de falar que é vizinha da cantora no Corredor da Vitória (região nobre de Salvador). Tudo isso com o dinheiro que ganhou às custas da falsa morte de Beto Falcão (Emilio Dantas).

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"Mas ela sofre porque é carente. Carente do amor do filho e do marido", justifica Deborah. A atriz avisa que sua personagem vai defender essa família que construiu à base de mentiras com unhas e dentes.

Mais para a frente, Luzia e Valentim vão se aproximar por meio da música. Ele irá trabalhar com a DJ sem imaginar que ela é a sua mãe biológica. "Alta tensão, é só o que posso dizer", despista a atriz.

Com uma faceta dramática muito pesada, já que roubou o filho da rival e é amante do cunhado, Remy (Vladimir Brichta), Karola também tem um lado cômico, com atitudes atrapalhadas. Para atriz, esse é o colorido da personagem. "A loucura dela é tanta que fica muito engraçado", diz.

Elogiada por sua atuação nessa reta inicial de Segundo Sol, a atriz afirma que mesmo com tantos anos de carreira ainda se sente muito insegura.

"Eu nunca comecei um trabalho achando que estava ganho. Lembro até hoje que eu comecei a fazer Bruna Surfistinha [filme de 2011] e chorei até o último dia de filmagens achando que eu não estava fazendo bem, que eu não sabia fazer, que todo mundo iria descobrir que eu era uma farsa", comenta.

Nos bastidores da trama de João Emanuel Carneiro, Deborah dividiu isso com Adriana Esteves, atriz que é sua grande inspiração há muitos anos, e ficou aliviada com a resposta. "A Adriana falou que, com a Carminha [vilã de Avenida Brasil, novela de 2012], ela sofria diariamente e chorava também."

Aos 38 anos, a atriz faz questão de falar que se orgulha de não ter vergonha de errar. "Demorei muitos anos para conseguir viver sabendo que a gente não vai agradar todo mundo. Hoje em dia, eu luto muito para que as pessoas aceitem essas diferenças. Se eu não penso como você, infelizmente não chegaremos a um consenso, mas não deixaremos de ser amigos, nem de nos gostarmos", discursa.