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WALTER CARVALHO

Pantanal foge de peladões e abraça o politicamente correto: 'Vale a poética'

JOÃO MIGUEL JR./TV GLOBO

Alanis Guillen, caracterizada como Juma, tem o olhar perdido; Jesuita Barbosa, o Jove, tem o semblante sério enquanto encara um ponto fixo em cena de Pantanal

O romance entre Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuita Barbosa) foi adaptado sem nudez de 1990

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 4/6/2022 - 18h34

Walter Carvalho, um dos nomes mais importantes do cinema brasileiro e diretor de fotografia de Central do Brasil (1998), defendeu a adaptação do remake de Pantanal aos novos tempos. A novela da Globo cortou frases homofóbicas, aumentou a participação de pessoas negras e, principalmente, cortou as cenas de nudez que deram o que falar na primeira versão --exibida pela extinta Manchete em 1990.

"Não tem como fazer dramaturgia sem beijo, amor, paixão, sexo. Mas a nudez na versão de 1990 era tratada de outra forma. Em nossa trama, nenhum personagem fica sem roupa gratuitamente, como um objeto. A nudez que vale agora é a poética, a que faz sentido para a história", explica o fotógrafo, em entrevista à revista Veja.

De fato, seios e bumbuns eram explorados à exaustão no folhetim de Benedito Ruy Barbosa. A mudança se deu por vários fatores. A mudança de horário --na Manchete, o folhetim ia ao ar às 23h; o remake ocupa a faixa das 21h--, a o conservadorismo da sociedade atual e, obviamente, o chamado "politicamente correto".

Vivemos em uma era na qual ser politicamente incorreto se tornou inadmissível. Qualquer produção artística, portanto, deve respeitar questões de sexualidade, gênero, etnia, crença. Do contrário, fracassa. Essa é uma diferença essencial para as produções de antigamente.

A exploração do corpo feminino, visto puramente como objeto sexual, seria rechaçada em 2022. Ao mesmo tempo, há críticas a Globo por optar por não transmitir a naturalidade daqueles personagens. Ao tirar as roupas e mergulhar no rio, os pantaneiros se conectam com àquela paisagem --longe de qualquer ato sexualizado.

Apesar das críticas e reflexões despendidas, a produção é um sucesso. Os sucessivos recordes de audiência provam isso. Para o diretor, a responsabilidade está toda na construção dos personagens.

"Um dos ingredientes que atrai público de todas as idades e classes sociais, a meu ver, é que colocamos na tela personagens realistas, nem 100% bonzinhos, nem 100% maus, como na vida. Outro ponto alto é o ritmo da trama, mais lento do que o usual", disse.

A lentidão, porém, foi uma preocupação ao adaptar a obra. Será que, em um mundo tão acelerado e conectado, o espectador gostaria de contemplar tantas cenas de tuiuius voando? Para Carvalho, a resposta é sim.

ESTEVAM AVELLAR/TV GLOBO

Walter Carvalho, um dos diretores de Pantanal

Walter Carvalho, diretor de Pantanal

"Pantanal traz justamente um contraponto à pressa do mundo digital, que só nos acelera. A trama obedece ao tempo da natureza e dá às pessoas a brecha de que necessitam para contemplar, refletir sobre o que estão vendo", explicou.

O sucesso da trama deixa claro: diferentemente do que diriam os pessimistas, a novela não é um gênero em extinção.

É verdade que a audiência das novelas diminuiu no Brasil e no mundo todo, mas as pessoas ainda consomem dramaturgia, mesmo que de forma distinta da do passado. O novo público prefere assistir hoje em dia ao streaming, uns maratonando, outros aos poucos. As plataformas acabam até ajudando. Tenho uma visão otimista sobre elas.

Saiba tudo sobre os próximos capítulos das novelas com o podcast Noveleiros:

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