SILVERO PEREIRA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Silvero Pereira pretende causar reflexão ao fazer um Zaquieu "mais empoderado" do que o de 1990
Quando assistiu à primeira versão de Pantanal (1990), Silvero Pereira rejeitou Zaquieu (João Alberto Pinheiro). O jeito "afeminado" do personagem servia como chacota entre os peões, ao ponto de o Pereira tentar mascarar seus próprios trejeitos para não sofrer da mesma forma. Ao assumir o papel no remake da Globo, o ator usará o "martírio" de seu personagem para provocar reflexões. Das piadas de mau gosto ao choque com os hábitos do recém-chegado, os peões aprenderão a lidar com as diferenças.
"O Zaquieu de agora tem uma outra perspectiva, é um outro tom. Ele chega mais empoderado, pedindo respeito, ele chega pedindo orgulho, mas vai sofrer quando chegar lá. Os peões são mais preconceituosos, mas José Leôncio (Marcos Palmeira) e Filó (Dira Paes) são ignorantes nesse assunto", afirmou o artista no Encontro desta terça-feira (28), Dia Internacional do Orgulho LGBTQAI+.
Diferentemente da primeira versão, o personagem não aceitará tudo de cabeça baixa. Como o próprio ator ressaltou, Zaquieu saberá de seu valor e honrará sua existência. Cansado de sofrer naquele ambiente, ele decidirá largar as planícies alagadas e voltará ao Rio de Janeiro. Só deixará um bilhete para Mariana (Selma Egrei), avisando de sua partida.
Antes de ir embora, porém, o mordomo agitará a mentalidade conservadora daquele espaço. Tadeu (José Loreto), por exemplo, escancarará seu lado mais podre ao fazer "piadas" com o urbanoide.
"Vai ter um choque muito grande para os personagens dali, porque eles veem chegar uma figura completamente diferente do que estão acostumados. Se eles estavam assustados com o comportamento do Jove [Jesuita Barbosa], imagina o que vai acontecer com esses peões com o comportamento do Zaquieu! A gente gravou algumas cenas em que ele chega no meio da peãozada pra conversar e sofre algumas brincadeiras de mau gosto”, adiantou o ator, em entrevista ao colunista Zean Bravo, do jornal Extra.
Mas o ator assegura que as "piadas" não servirão como alívio cômico. A reflexão permeará o texto --afinal, Zaquieu não perderá a oportunidade de relacionar seu próprio martírio com o que acontece na vida real.
O que eu espero é que esse tom reflexivo se sobreponha ao que parece ser engraçado. Para que as pessoas passem a pensar no que acontece não só ali em Pantanal, mas no que acontece cotidianamente do lado de fora da novela. Que as pessoas passem a discutir sobre isso.
O próprio Pereira ressaltou que, apesar da fama e da "segurança" que ela lhe traz, ainda tem medo de sair na rua à noite. O medo de ser agredido, verbal ou fisicamente, o persegue todos os dias. Na atração comandada por Fátima Bernardes, o ator reforçou que o país precisa acolher mais a população LGBTQAI+.
"Eu sou as cores da minha comunidade, das gerações que lutaram para que hoje eu esteja aqui, de boca aberta, de peito aberto, dizendo quem eu sou. A coragem que eu tive para mostrar quem eu sou de verdade, por causa de uma série de instituições. Infelizmente, o país que a gente vive não nos protege.
Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor.
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