Opinião: Juliana Paes deve perder mais um Melhores do Ano para Paolla Oliveira

Em dezembro de 2017, Juliana Paes foi protagonista de um melindre na internet envolvendo a premiação Melhores do Ano, exibida anualmente no Domingão do Faustão. Ainda que seja um prêmio ao estilo "festa da firma", já que só exalta talentos da própria Globo, a morena ficou #chateada por não ter levado a estatueta de melhor atriz por seu (ótimo) desempenho como Bibi Poderosa em A Força do Querer (2017).

Na ocasião, quem levou a melhor foi sua colega de elenco, Paolla Oliveira, que dividia com ela e Isis Valverde o protagonismo da trama de Gloria Perez. Juliana fez post no Instagram e por pouco não virou piada. Para seu consolo, saiu com o prêmio do SBT, o Troféu Imprensa de 2018, na categoria melhor atriz.

Juliana tinha razão na sua reclamação. Bibi Poderosa era bem melhor do que a lutadora Jeiza, e seu trabalho foi bem mais explosivo do que o de Paolla. Mas, no troféu do Domingão, a decisão popular é soberana.

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Corta para 2019. As duas atrizes voltam a contracenar em uma novela, Juliana desta vez como protagonista única de A Dona do Pedaço, a trama das nove da Globo. Mas o fato é que Paolla Oliveira tem grandes chances de roubar o troféu da firma mais uma vez --e se bobear, o Troféu Imprensa também.

Na batalha de divas, Paolla tem mostrado um trabalho infinitamente melhor. Demorou um pouquinho para encontrar o tom de sua Vivi Guedes, é verdade, mas é inegável que ela vem fazendo Juliana comer poeira em termos de atuação. A intérprete de Maria da Paz ainda patina para acertar o sotaque e desliza no excesso de maneirismos, enquanto a digital influencer cresce a cada capítulo da história.

Vale destacar que, como personagem, Vivi Guedes também sai na dianteira de Maria da Paz. A coadjuvante não é idiota como a mocinha. Enquanto a protagonista é enganada por quase todos à sua volta, Vivi é quem engana. Incorreta, ela trai Camilo (Lee Taylor) e se sente culpada por isso, ao mesmo tempo em que não consegue se livrar das garras de Chiclete (Sergio Guizé). O tropeço só a torna mais humanizada.

Ok, existe o fator Fabiana (Nathalia Dill), a santinha que consegue passar a perna na irmã, mas os embates das duas só aumenta a catarse do núcleo. Quando descobrir a falsiane que Fabiana é, Vivi tem tudo para roubar os holofotes novamente --e Walcyr Carrasco é mestre em criar cenas que lavam a alma do público.

Maria da Paz, por sua vez, é tonta e ponto. O público pode até torcer por ela, mas a burrice da personagem também provoca sentimentos negativos, o que para uma protagonista não é nada bom. No vácuo da torcida, Vivi Guedes marca mais um gol.

As duas não chegam a ser antagonistas diretas, mas já rolou uma faísca entre elas. Na ocasião, Maria da Paz ficou apaixonada pelo vestido de noiva feito com exclusividade para Vivi e a disputa pela peça gerou um princípio de briga. Paolla, desnecessário dizer, se saiu melhor.

O fator "casal explosivo" também dá mais um ponto a Paolla. Se a relação de Vivi com Camilo é bem morna, o mesmo não pode ser dito em relação a Chiclete. A química com Sergio Guizé é muito maior do que as de Juliana com Reynaldo Gianechinni (Régis) e com Marcos Palmeira (Amadeu) somadas.

Por fim, há o impulso da internet a favor de Vivi Guedes. O perfil oficial da personagem no Instagram ainda é tímido (beira 500 mil seguidores), mas ajuda a estender seu raio de atuação para além das cenas da história.

Juliana Paes que se cuide. Suas chances de voltar para casa de mãos vazias na festa de fim de ano da Globo são enormes. E, dessa vez, a derrota seria merecida.