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ALINE BORGES

Mulher branca na 1ª versão, Zuleica encarna consciência racial em Pantanal

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Aline Borges caracterizada como Zuleica: atriz usa um vestido jeans e dá um leve sorriso; ela tem os cabelos cacheados e cheios em ensaio de divulgação de Pantanal

Zuleica (Aline Borges) trará à novela questões sobre representatividade e racismo em Pantanal

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 10/6/2022 - 14h00

Além dos traumas de um passado sofrido, Zuleica (Aline Borges) trará à novela Pantanal o debate sobre o racismo. A escolha da atriz é resultado da busca por maior representatividade no remake da Globo. Na primeira versão da saga rural, exibida em 1990, o papel era de Rosamaria Murtinho, uma mulher branca. 

Para a intérprete, assumir o papel é uma chance de "colocar uma lupa" sobre o racismo que segue "excluindo, oprimindo e matando o povo negro todos os dias".

"Estar em Pantanal, dando vida à Zuleica, para mim, é um avanço enorme. É grandioso demais e diz muito sobre toda a minha trajetória. Hoje estou dando vida a uma personagem que um dia foi de uma mulher branca, que esse autor [Bruno Luperi] decidiu mudar para uma mulher preta, para dar voz à ela. Isso é representatividade e dá sentido ao nosso ofício", afirma a atriz em entrevista enviada à imprensa pela Globo nesta sexta (10).

O contraste com papéis designados aos atores negros há pouquíssimo tempo é evidente. A própria Aline relembra uma série de obras em que foi limitada ao papel de empregada ou de copeira, sem histórias ou vidas próprias. Desde que se reconheceu como mulher preta e se deu conta do racismo impregnado nas escolhas, passou a dizer não para personagens assim. 

"Uma das minhas primeiras novelas na TV Globo foi Celebridade [2003], eu interpretava a empregada do personagem de Marcos Palmeira. Fiquei emocionada de ver esse lugar que a minha atriz está hoje. Eu fiz essa empregada dessa casa e hoje estou aqui fazendo a mesma novela que o Marquinhos [o ator interpreta José Leôncio no remake] num outro lugar. Essa personagem é uma mulher forte, que tem uma casa, uma história, não é uma coadjuvante", relembrou.

O impacto de viver Zuleica foi tão grande que a artista teve uma crise de pânico. Antes mesmo de decolar em direção ao Pantanal, ela chorou de desespero. Naquele momento, gravou um vídeo em que afirmava estar com medo de viajar sozinha de avião. Agora, porém, ela vê a situação de outra maneira.

"Estou dando um grande passo na minha carreira, fazer parte dessa novela é um marco que vai ficar para sempre. Então, entendo que foi um somatório de coisas. O medo desse passo novo, o uso das máscaras, a gente veio de uma pandemia muito traumática, enfim, foram vários fatores. Cheguei a sair do avião, chorei muito lá fora, mas decidi voltar. Olhei pra ele e decidi que seguiria meu caminho", contou.

A gente tem medo de crescer na vida, então olhar para esse medo, colocar luz nele, já foi o início da cura. Não é só sobre o medo de andar de avião, mas o medo do novo passo. Isso bate em todos nós, em todo mundo que é humano.

Não só o racismo, mas um protesto contra a rivalidade feminina está embutido dentro da personagem. Apesar de ser a outra mulher de Tenório (Murilo Benício), Zuleica só terá respeito e empatia por Maria Bruaca (Isabel Teixeira).

A enfermeira, aliás, teve seus motivos para se casar com o crápula. Renegada pelos pais após um estupro, o homem foi o único que lhe deu apoio. Ela só descobriu que ele era casado um bom tempo depois --pelo menos se a história seguir à risca a primeira versão do folhetim. 

"A Zuleica é uma mulher como tantas e tantas mulheres, cheia de conflitos e dualidade permeando a vida dela o tempo todo. É uma mulher íntegra, criou os três filhos praticamente sozinha. Ela reconhece suas dificuldades, seus limites, mas não entrega o jogo. E é bonito de ver que ela não larga a mão da Maria Bruaca. A sororidade, a empatia, e a integridade dessas mulheres estão na frente do que conquistar um espaço na vida desse homem", defendeu a atriz.

Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a novela Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor. 


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