Mariana Ximenes 'passa pano' para Luísa de Nos Tempos do Imperador

Mariana Ximenes não julga as atitudes de Luísa em Nos Tempos do Imperador. Para a atriz, a condessa de Barral não foi retratada como vilã, diferentemente de Domitila (Agatha Moreira) em Novo Mundo (2017) --trama que se passa 40 anos antes dos acontecimentos da atual novela das seis da Globo. Mesmo assim, a personagem é rechaçada pelo público, mas não por sua intérprete: "Amor é amor".

Para compor a condessa, a atriz recorreu ao livro Condessa de Barral: A Paixão do imperador, de Mary del Priori, mas afirmou que teve licença poética na sua interpretação. "Fiquei feliz com a indicação [do livro]. E é uma mulher que teve muita dor. Ao mesmo tempo, ela acumulou a realização de ter sido preceptora das princesas e viveu uma história de amor, né?", contou, em entrevista para a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

A pandemia de Covid-19 afetou as gravações da novela de Alessandro Marson e Thereza Falcão. "Foi uma novela que durou quase dois anos, por causa das interrupções. Agora vejo como missão cumprida, trabalho realizado. Foi uma delícia. E a personagem é marcante", ressaltou Mariana. 

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Na reta final do folhetim, a condessa tem que lidar com a rejeição do filho, Dominique (Guilherme Cabral). O rapaz descobriu o caso da mãe com dom Pedro 2º (Selton Mello) e confrontou a nobre. Criado em um colégio interno, ele também culpou a mãe por deixá-lo na Europa e ficar no Brasil para cuidar das princesas, Isabel (Giulia Gayoso) e Leopoldina (Bruna Griphao).

Ela se impõe, se coloca e é verdadeira com o filho. E tem que dar limites, educação. Ao mesmo tempo, tem um pouco de culpa porque tinha uma missão de ser preceptora das princesas e não pôde ficar direto com ele. Sobre a relação com o imperador, ela tenta fazê-lo entender que às vezes as coisas fogem do controle. Amor é amor. E ao mesmo tempo ela não faltou com o respeito nem com o marido, com o imperador nem com o Império.

Diversão nos bastidores

A atriz revelou o apelido divertido que ganhou de Selton Mello: periquita. A ideia se deu porque Luísa tem o guarda-roupa lotado de verde. A escolha é estética, uma vez que cada personagem tem seu tom padrão. Teresa Cristina (Letícia Sabatella), por exemplo, só usa azul royal; Pilar (Gabriela Medvedovski), amarelo.

"Selton e eu nunca tínhamos trabalhado juntos, mas nos conhecemos há mais de 20 anos. Ficamos muito amigos porque frequentávamos a casa de Paulo José. A gente tem um carinho enorme um pelo outro", declarou a atriz, ainda para a colunista.

Apesar das críticas do caso extraconjugal, parte dos espectadores gostam do casal formado pelos personagens dos atores. "Os fãs shippam e a gente chacoalha, brinca com isso. No set, ele sempre pegava o celular para fazer algo com isso. É bom. A gente quer que as pessoas vibrem, se emocionem, sintam, vivam, ainda mais num momento como este de tantas perdas por conta da Covid", destacou.

Novo prisma

Mariana Ximenes se mostrou orgulhosa de fazer parte de um projeto que expande as interpretações do Segundo Reinado. Para ela, o núcleo da Pequena África é o grande exemplo da representatividade proposta pelo folhetim. 

Fiz um curso sobre descolonização do olhar com a Rosane Borges [doutora em Ciências da Comunicação]. Fomos atrás de romances nem sempre citados, mas importantes na nossa cultura. Tive acesso a quem foi Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra do Brasil. Levo dessa novela muitos desses ensinamentos. Também fiz grandes amigos, como a Cinnara Leal [Justina no folhetim], meu grande amuleto neste trabalho.

Nos Tempos do Imperador termina em 4 de fevereiro e dará lugar à exibição de Além da Ilusão, com estreia no dia 7. 

Além dos spoilers, o Notícias da TV publica diariamente os resumos da novela das seis da Globo.

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