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VALE A PENA VER DE NOVO?

Laços de Família envelheceu bem ou vai fazer o público arrancar os cabelos?

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

A atriz Carolina Dieckmann com os cabelos raspados por uma máquina chora caracterizada como a Camila em Laços de Família

Camila (Carolina Dieckmann) raspa os cabelos durante tratamento contra leucemia em Laços de Família

DANIEL FARAD

Publicado em 7/9/2020 - 7h00

A reprise de Laços de Família (2000) chega ao Vale a Pena Ver de Novo nesta segunda (7) com a missão de provar que não envelheceu um minuto sequer nos últimos 20 anos. A novela de Manoel Carlos tem entre os seus trunfos a história baseada no amor entre mãe e filha, mas também conta com algumas pedras no caminho --mimada e mesquinha, Camila (Carolina Dieckmann) não deve escapar do cancelamento nas redes sociais.

O folhetim traz como protagonista Helena (Vera Fischer). Apaixonada por um homem mais jovem, Edu (Reynaldo Gianecchini), ela não pensa duas vezes antes de entregar o sobrinho de Alma (Marieta Severo) de mão beijada para a filha interpretada por Carolina Dieckmann.

"O Manoel trabalha com arquétipos eternos, nas relações humanas que também foram base para as tragédias gregas, por isso que a gente sempre se interessa em rever. O amor de uma mãe pela filha, e tudo que faz a reboque disso, é eterno. Isso cabe hoje e caberá se for reprisada daqui a 30 anos", aposta Ana Carbatti, que interpretou a médica Aline.

A luta de Camila contra a leucemia também deverá chamar a atenção do público, assim como fez na primeira reapresentação vespertina em 2006. Além do câncer, o autor também tocou em outros temas polêmicos que até hoje são tabu na sociedade, a exemplo da impotência sexual com Viriato (Zé Victor Castiel) e da prostituição com Capitu (Giovanna Antonelli).

"A diferença é que o foco ali são as relações humanas. O nosso cotidiano está inserido dentro da trama, os personagens não são pessoas perfeitas, ao contrário, são reais", analisa Regiane Alves. "Vai sempre ter alguém apaixonado, com ciúme, com raiva. O sentimento é para sempre", aponta Giovanna.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Deborah Secco interpreta Íris no folhetim de Manoel Carlos; personagem deve ser "cancelada"


Túnel do tempo

Intérprete do livreiro Miguel na produção, Tony Ramos minimiza as críticas sobre o folhetim ser "arrastado", com longas cenas em que o principal não é a ação, mas o diálogo entre os personagens. Nas últimas duas décadas, esse estilo de narrativa deu lugar a histórias mais ágeis e repletas de ganchos --sobretudo para bater de frente com o excesso de opções à teledramaturgia.

"Eu poderia listar uma grande quantidade de séries que se tornaram um fenômeno e suas cenas longas nunca impediram as pessoas de assistirem a mais um capítulo. São uma infinidade. O que vale mesmo é o bom texto e as entrelinhas, e nisso Manoel Carlos é um gênio", filosofa o galã.

Outro desafios da reexibição, aliás, são as redes sociais. Além de Camila, mais uma personagem deve sentar no banco dos réus em tribunais virtuais de cancelamento. Íris (Deborah Secco) já havia sido alvo de amor e ódio nos dias áureos das comunidades do Orkut ao chamar a meia-irmã de "Judas" em plena quimioterapia.

A filha de Ingrid (Lilia Cabral) não deve escapar ilesa da plataforma com gatilhos mais rápidos, como o Twitter. Mas sua intérprete a defende mesmo duas décadas depois. "Ela mexe com as pessoas e, por isso mesmo, creio que não vai ser cancelada. É um papel complexo, apresenta muitos porquês e motivos de suas atitudes. Ela tem carisma, mesmo fazendo tudo errado", duvida Deborah.

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