Há 30 anos na Globo, Deborah Secco se choca com estúdios fechados: 'Traumático'

Deborah Secco pensou que já tinha visto de tudo pelos corredores dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, mas sentiu todas as suas certezas se desfazerem com um telefonema da produção de Salve-se Quem Puder. Em 30 anos na emissora, a atriz vivenciou pela primeira vez um folhetim sair do ar e ter as gravações interrompidas pela metade.

"Era uma novela que eu amava fazer e, de repente, a gente precisou se separar sem poder se despedir ou se abraçar. Foi muito traumático. Eu lembro que no último dia a gente não sabia se ia voltar ou não. Fiquei com medo de não saber mais fazer a Alexia", revela a intérprete ao Notícias da TV.

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Ela diz que chegou a ver a hashtag com o nome da trama de Daniel Ortiz ser associada à pandemia de coronavírus (Covid-19), que começava a se espalhar e ganhar força na Europa no início de 2020. "Eu li dois tuítes falando que a novela ainda ia parar, mas achei que seria impossível, 'que pessoas loucas'. De repente, todo mundo foi mandado de volta para casa", rememora.

A artista só voltaria ao set em agosto, ainda assim sob um protocolo de segurança que a impedia de dividir camarim ou trocar figurinhas com as colegas de elenco entre uma sequência e outra. "Tinha cenas que eu achava impossíveis de fazer por causa do distanciamento. Eu só pensava: 'Eles são loucos, como vamos fazer isso?'", entrega.

A história voltará a ser exibida desde o primeiro capítulo no próximo dia 22, no lugar da "edição especial" de Haja Coração. "A segunda fase não deixa nada a desejar à primeira. Eu acho que é até muito mais engraçada. Ortiz não mediu esforços, vamos entregar um produto na mesma vibração que antes", adianta.

Apesar da quarentena e dos meses trancada à chave, Deborah não ficou muito tempo longe do público, já que Laços de Família (2000) voltou ao Vale a Pena Ver de Novo em setembro. Íris foi uma das personagens mais marcantes de sua carreira e também uma das mais polêmicas --marcada pelo bordão Judas, que sempre disparava ao ver Camila (Carolina Dieckmann).

"O papel foi muito importante, mas o mais louco é que hoje eu vejo e quase não lembro que sou eu ali. Eu tinha só 20 anos, aparentava ter muito menos, e tem cenas que eu sequer recordo de ter rodado. Eu forço a minha memória, mas não consigo. Parece outra pessoa", avalia a mãe de Maria Flor.

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