'Gotoso'? Como uma mordida no pescoço de Claudia Ohana mudou o rumo de Vamp?

Ney Latorraca não precisou brilhar no sol ou ter o rosto de Robert Pattinson para ouriçar o pescoço dos brasileiros e virar mania nacional em Vamp (1991). O ator inicialmente faria uma pequena participação no folhetim para transformar Natasha (Claudia Ohana) em uma sugadora de sangue, mas bastou uma palavra para ele ficar até o fim da trama --o bordão "gotoso".

"Eu entrei para fazer nove capítulos, mas depois da primeira mordida na Natasha e de falar 'gotoso' nunca mais saí da novela", explica o intérprete do conde Vlad, que voltará a bater as asas do "morcegão" no Globoplay nesta segunda (1º).

O folhetim de Antônio Calmon é mais um título que chega ao serviço de streaming como parte do projeto de resgate de clássicos da dramaturgia da Globo. "A novela virou uma febre no país, atingindo todas as faixas etárias, principalmente crianças e adolescentes", pondera o ator.

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A emissora chegou a lançar um álbum de figurinhas para aproveitar a boa audiência da trama, que trazia o capitão Jonas Rocha (Reginaldo Faria) pronto para cravar uma estaca no coração dos sanguessugas. O público, no entanto, ficou mesmo do lado do antagonista de Ney Latorraca.

"As crianças se vestiam de Vlad e Natasha. Muitas festas infantis tinham elementos desse universo, desde o bolo com as cores da novela e dentinhos de plástico como lembrança", relembra Latorraca.

Apesar dos trinta anos que se passaram desde que o primeiro capítulo foi ao ar, Ney nunca deixou a capa e os caninos do "vampirão" dentro da gaveta. Ele recentemente reviveu o ser das trevas em um musical que chegou aos palcos em 2017, além de uma participação em Cine Holliúdy (2019).

"Até hoje o Vlad tem fãs de todas as idades. Passou de pai para filho esse carinho por um herói tipicamente brasileiro. Eu amo a sequência em que ele dança Thriller, do Michael Jackson [1958-2009]. Acabei fazendo a performance dentro do BBB 17, com todos os participantes ao meu lado", arremata o artista.