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VIDA IMITA A ARTE

Filó em Pantanal, Dira Paes sentiu na pele drama por espera interminável: 'Tabu'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Dira Paes tem a expressão chocada e transtornada em cena de Pantanal

Dira Paes como Filó em Pantanal; artista viveu o mesmo drama da personagem na vida real

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 2/10/2022 - 9h33

Dira Paes conhece bem a ansiedade de Filó, personagem que vive em Pantanal. Assim como a dona de casa, a atriz penou muito para ouvir um "eu te amo" do homem que admirava. O pai da artista passou a vida sem se declarar e, normalmente, respondia as mensagens de amor da filha com um "obrigado". Para a intérprete, a frase carrega um respeito maior no interior do país, longe da "linguagem banalizada das redes sociais".

"O meu pai me amava loucamente, mas era um tabu dizer eu te amo. No caso da novela, Zé [José Leôncio, interpretado por Marcos Palmeira] teve um trauma com o primeiro casamento. Para ele, Filó é um porto seguro, e ele não quer perdê-la, mas só com o tempo ele percebe isso", afirmou a atriz, em entrevista ao jornal Extra.

De fato, o todo-poderoso do Pantanal só perceberá a importância de se declarar à mulher quando a morte bater em sua porta. Com dores no peito e um diagnóstico gravíssimo do médico, o fazendeiro finalmente oficializará a intimidade com a ex-prostituta em um casamento luxuoso.

As cenas mais íntimas, aliás, são bem aproveitadas pela intérprete. "É uma sorte ter o Marcos Palmeira como líder nesse trabalho, norteando todo mundo. Ele é testemunha ocular do que foi a primeira versão da novela. E foi uma mola propulsora agora. Sem falar daquela barba maravilhosa (risos). Tenho a oportunidade de meter a mão e poder mexer naquela barba. Acho que é uma coisa que as pessoas têm vontade de fazer. Nas cenas de chamego da Filó com o Zé, eu não perco essa oportunidade", contou.

Mas as sequências favoritas da artista são outras --e bem com a cara de Filó. "Eu tinha um cenário principal, a cozinha, que é o ponto de encontro. Só isso já nos faz criar conexões maravilhosas. Foi um desafio deixar aquela cozinha viva, real. Os meus dias preferidos eram quando gravávamos no estúdio porque tinha uma continuidade na ordem das cenas. Primeiro eram as do café, depois do almoço e do jantar."

Relação tóxica?

O apego de Filó às atividades domésticas, os poucos passeios pelo Pantanal e uma certa devoção a José Leôncio suscitaram comparações entre a personagem e Maria Bruaca (Isabel Teixeira), que vivia um relacionamento abusivo com Tenório (Murilo Benício).

Dira, porém, assegura que as situações são bem diferentes. A mãe de Tadeu (José Loreto) pode até ter um traço de exploração, mas a relação com o pecuarista é a melhor coisa que lhe aconteceu. É um paradoxo.

A precocidade fez dela uma mulher madura. Mas Filó já passou por muitos fardos e tem uma sabedoria de vida. O amor dela veio junto com a admiração que sente. Isso faz com que Filó ame sem apego. Essa é a melhor maneira de amar. E tem uma certa tolerância pública com o jeito do Zé, mas, ao chegar no quarto, questiona as barbaridades que ele fala. O José Leôncio é um personagem que veio se desconstruindo capítulo a capítulo. É a desconcretização do machista.

A maturidade da personagem também permite com que ela faça pelos outros o que não fizeram com ela. Todo o amparo, cuidado e os conselhos que a dona de casa dá após uma situação difícil vêm disso. Ela não pôde contar com nada parecido quando teve seus sonhos ceifados na infância devido a um abuso sexual.

Essa necessidade de amparar os outros também fez com que Filó mentisse sobre a paternidade de Tadeu --uma forma de acalentar José Leôncio após a separação com Madeleine (Bruna Linzmeyer/Karine Teles). 

"É bem legal essa complexidade. A Filó não mente (risos). Ela deixou de contar a verdade (mais risos). Filó criou essa verdade para aquecer o coração do Zé. Eu já vi isso acontecer. Ela doa o filho dela e cria uma verdade para o Zé não sofrer tanto. Mas Filó vai pagar por isso, com certeza. Eu, intimamente, faço como se ela realmente não soubesse quem é o pai do Tadeu", admitiu.

Com o fim de Pantanal, Dira terá de se despir de todas essas nuances. Mas manterá uma parte importante de Filó, em casa e com os seus: o acolhimento. "Todo mundo no Brasil conhece uma Filó. Um cafezinho com ela vale por uma terapia. Acho que vou me vestir como a personagem e ficar recebendo as pessoas com café e broinha para ter dois dedos de prosa (risos)."

Escrita por Benedito Ruy Barbosa, Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor. A novela das nove será substituída em 10 de outubro por Travessia, trama de Gloria Perez.


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