Família É Tudo tira camisa de ator, sobe no Ibope e cria novo galã da web

Família É Tudo apostou em uma fórmula bastante conhecida para recuperar a audiência afugentada por Fuzuê (2023). Em curva ascendente no Ibope, a novela das sete da Globo até resgatou uma figura que estava consideravelmente esquecida no horário --a do galã descamisado, com Chicão (Gabriel Godoy).

Daniel Ortiz é um dos poucos autores na emissora que entende perfeitamente a faixa, que sempre foi considerada difícil e até mesmo problemática. Encurralados entre dois jornais, os folhetins do horário precisam conquistar "gregos e troianos" --desde quem acabou de chegar do trabalho até mesmo o adolescente que está à espera do jantar.

Não à toa, o novelista optou por resgatar características históricas da faixa que foram pouco ou até mesmo mal exploradas pelos folhetins mais recentes. Ele aposta na comédia dramática para dar estofo à história, sem esquecer do pastelão que esteve presente em êxitos como Cambalacho (1986) e Da Cor do Pecado (2001).

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Ortiz também não tem medo de brincar com os clichês, como a dos galãs que não hesitavam em tirar a camisa nas produções de Carlos Lombardi. Chicão é uma versão quase pós-moderna de Raí (Marcello Novaes) de Quatro por Quatro (1994) ou Tatuapu (Cláudio Heinrich) de Uga Uga (2000).

O personagem já caiu nas graças das redes sociais, alçando Godoy ao posto de galã do momento. Ele arrancou elogios até de internautas no X (antigo Twitter), conhecidos pelo posicionamento crítico à programação da TV aberta.

A cena da última segunda (1º) --em que Chicão tirou a camisa para seduzir Andrômeda (Ramille), mas teve que botar um cropped para despistar o ciumento Plutão (Isacque Lopes)-- se tornou um dos assuntos mais comentados da plataforma.

Godoy como destaque em uma novela de Ortiz também não é uma novidade. Ele roubou a cena como o pobretão Afeganistão em Alto Astral (2014), repetindo a dose como o golpista Leozinho de Haja Coração (2016). A dupla dele com Tatá Werneck, a Fedora, foi um dos pontos altos do reboot de Sassaricando (1987).

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