Em O Cravo e a Rosa, Serafim fecha boca de Heitor com linha e agulha: 'Másculo'

Sem jeito e vontade para o trabalho na roça, Heitor (Rodrigo Faro) terá de arranjar uma nova ocupação em O Cravo e a Rosa. O atleta será recrutado por Serafim (João Vitti) para ensinar bordado na Revista Feminina. O jornalista, porém, imporá uma condição seríssima para que o rapaz assuma o emprego: ele nunca deve comentar o que acontece no ambiente de trabalho. "O que as esposas e mães vão pensar de nossos bravos rapazes, todos másculos?", explicará.

O filho de Calixto (Pedro Paulo Rangel) aceitará a proposta, até porque terá se dado bem com o emprego. Muito melhor do que se deu como babá dos porcos de Petruchio (Eduardo Moscovis). O êxito no bordado será tanto que ele até irromperá no ambiente de trabalho sem mais nem menos, apenas para mostrar suas novas peripécias na confecção artesanal. 

Em um desses dias, em que o esportista terá desenhado uma flor com folhas particularmente bonitas, seus colegas estará em polvorosa. Uma parte dos jornalistas farão arranjos de flores; outros, tricotarão um cachecol novo. Um cenário bastante esquisito para a década de 1920, na qual o folhetim de Walcyr Carrasco é ambientado. Os papéis de gênero eram ainda mais delimitados à época.

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Por isso, Serafim se verá na obrigação de reforçar o funcionamento do espaço. "Hoje é o dia em que decidimos quais os artigos que serão escritos. E nossos bravos rapazes passam o mês caçando receitas, moldes de costura, enfeites de bolo, como dispor flores em um vaso para enfeitar a casa.... Pois bem, depois cada um explica o que sabe para aquele senhor ali, que sabe escrever muito bem e dar forma ao artigo. E você, Heitor, fez o seu trabalho?", questionará o jornalista.

Serafim analisa bordado de Heitor

O irmão de Dinorá (Maria Padilha) mostrará o bordado de flor, orgulhoso, e ficará todo feliz quando o repórter elogiar a perfeição das folhas. Ele agradecerá todo derretido, mas fechará a cara logo em seguida, tentando manter a pose de macho.

"Eu só preciso dizer uma coisa que é muito importante: Heitor, nunca deixe ninguém saber de nossas reuniões, ninguém. Por que, senão, o que as esposas, noivas, mães e parentes vão pensar de nossos bravos rapazes, todos másculos, hein?", lembrará o bigodudo. "É claro. E eu prefiro que ninguém fique sabendo do bordado", ressaltará o rapaz. "Assim que se fala, corajoso jornalista", agradecerá o trambiqueiro.

Escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Walter Avancini, O Cravo e a Rosa foi ao ar pela primeira vez em 2000. O folhetim bateu recorde em sua última reapresentação no canal Viva.

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