O OUTRO LADO DO PARAÍSO
Fotos Raquel Cunha/TV Globo
Juliana Caldas faz sua primeira novela; Estela terá dois pretendentes na novela das nove
MÁRCIA PEREIRA, no Rio de Janeiro
Publicado em 15/11/2017 - 7h06
Aos 30 anos, Juliana Caldas faz sua estreia nas novelas com direito a triângulo amoroso na segunda fase de O Outro Lado do Paraíso. Após a trama avançar dez anos no tempo, a partir do dia 24, a personagem com nanismo será disputada por Amaro (Pedro Carvalho) e Juvenal (Anderson Di Rizzi). "Fico feliz pela Estela, que vai ter alguém, enquanto eu ainda não tenho", lamenta.
Sem namorado na vida real, ela diz que mostrar o amor é sempre bem-vindo. Juliana é de São Paulo, trabalhava com teatro infantil até passar nos testes para a novela. A mãe dela possui estatura normal, mas seu pai e irmão têm nanismo assim como ela, que mede 1,22 metro.
"Nunca tive problemas em casa, mas a gente vive o preconceito na sociedade. É a acessibilidade que não existe, o que para mim é um preconceito, o pessoal caçoar de você por ser anã, debochar. Não tem problema me chamar de anã, o problema é o tom pejorativo que alguns usam", explica.
Chamada na trama pela mãe, Sophia (Marieta Severo), de "monstrengo", Juliana conta que saiu mexida quando gravou as primeiras cenas.
Para a atriz, o tom ácido do texto escrito por Walcyr Carrasco põe o dedo na ferida para mostrar como ser proconceituoso é algo absurdo.
"Dói. Durante as preparações, teve uma vez em que eu ouvi a Marieta falar e fiquei mal. Ela começou a falar coisas absurdas, eu comecei a chorar, sentindo aquilo que ela estava falando. No final, a Marieta veio chorando porque, para ela, também doeu falar. Foi tudo lindo. Era isso que a gente precisava para começar a interpretar."
Se a personagem de Marieta Severo comete atos extremos, a atriz diz que o comportamento de Estela como a filha mais sensata daquela família mostra que ser anã é também ser uma pessoa normal.
"O jeito que ele [o autor] aborda a personagem é algo muito real. Sem caricatura. Falar do nanismo é mostrar que somos pessoas que têm uma deficiência, mas antes de tudo, somos seres humanos", diz.
Juliana despista ao ser questionada sobre os pretendente de Estela, alega que o desenrolar da história só Carrasco sabe como será. Mas o ator Pedro Carvalho adianta que seu personagem será como um príncipe de conto de fadas.
Amaro é um português que chegará ao Jalapão para negociar pedras preciosas no garimpo de Sophia. A essa altura da trama, prevista para a primeira semana de dezembro, Estela estará morando em uma casa que a mãe construirá lá.
Ele ficará sabendo da história de rejeição da filha de Sophia e iniciará uma amizade com a "pequena". Ela, por sua vez, estará se envolvendo com Juvenal, um lapidador de pedras preciosas interpretado pelo ator Anderson Di Rizzi.
"Entro na segunda fase, a partir do capítulo 34. Faço um cara que chega de Portugal, galanteador, muito romântico. A personagem da Juliana Caldas vê nele um príncipe encantado da Disney, e ele chama a atenção das mulheres. É interessante o autor ter escrito um cara que se apresenta de forma lúdica e tem um romance com uma pessoa que ninguém considera normal", fala Carvalho.
O português atuou na novela Escrava Mãe, da Record, no ano passado. Foi para Portugal fazer um seriado e conseguiu o papel na novela da Globo assim que voltou para o Brasil em junho deste ano. "Meu personagem é um presente porque também é muito polêmico, misterioso, além desse triangulo amoroso que vai dar o que falar."
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