Bissexta em novelas, atriz se arrisca em Um Lugar ao Sol: 'Achei que não ia conseguir'

Denise Fraga esperou um pouco mais de um mês desde a estreia de Um Lugar ao Sol para quebrar um jejum que se arrastava há 26 anos. Bissexta em novelas, a atriz não era escalada para um papel fixo em folhetins desde Sangue do Meu Sangue (1995), no SBT. "E, com a pandemia, eu achei até que a gente não ia conseguir fazer", confessa.

A artista dá vida à musicista Júlia, uma alcoólatra em recuperação, que chega à trama de Lícia Manzo nesta sexta (10). Além de se manter sóbria, ela ainda tem o desafio de reconquistar a confiança do filho Felipe (Gabriel Leone), que foi criado pela avó Ana Virgínia (Regina Braga) por causa de seu vício.

"Eu fiquei superfeliz que finalmente deu certo de eu fazer a novela, porque já tinha muito tempo que eu não fazia uma. Eu e a Lícia tínhamos um namoro de outra hora que acabou não acontecendo, porque todos os convites que ela me fez calharam de cair junto com as minhas turnês no teatro", explica a intérprete ao Notícias da TV.

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Denise estava animada em finalmente voltar a uma produção do gênero depois de participações curtas em Uga Uga (2000) e A Lei do Amor (2016), tanto que não escondeu a sua decepção assim que as gravações foram suspensas por causa da Covid-19:

Eu fiquei tão feliz que deu tudo certo logo com essa turma e, de repente, veio a pandemia. Meu coração chegou a ficar apertado, porque era uma novela muito preciosa, do tipo que eu não fazia há muito tempo. A equipe trabalhou como uma guerrilha para gravar mesmo com a máscara e com todos os protocolos.

Ana Virgínia (Regina Braga) na novela

Quem é Júlia em Um Lugar ao Sol?

Denise já havia adiantado que a questão da adicção em Júlia seria tratada de uma forma muito natural, sem alardes, para o público reconhecê-la em algum rosto familiar --seja de um conhecido, um amigo ou mesmo de um parente.

A Lícia deve ter a profissão oculta de psicanalista, porque os personagens falam sobre si de uma forma muito coerente, com uma clareza muito grande. Ela dá voz a pessoas reais. O meu dilema na ficção vai representar muita gente graças a esse texto tão humano, que traz à tona angústias de um jeito tão gentil.

A história não quer apontar em nenhum momento o dedo na cara de Júlia ou na de Ana Virgínia, que, ironicamente, é uma psicóloga especializada no tratamento de compulsões.

"Quando acabou, eu fiquei sentindo que não tinha dado tempo para falar tudo o que a gente queria. Quanto mais rico o trabalho, mais fica essa sensação de 'já acabou?'. Os diálogos eram fantásticos, porque todo mundo tinha os seus pontos de vista e suas razões. Isso é bom, porque a questão vai florescendo", arremata a artista.

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