Atriz anda na corda bamba como alcoólatra em Um Lugar ao Sol: 'Otimismo trágico'

Denise Fraga espera ansiosamente pela entrada de Júlia em Um Lugar ao Sol para pôr fim a um jejum de 26 anos sem um papel fixo em folhetins. A atriz, aliás, sabe que tem uma pedreira pela frente. Júlia é uma alcoólatra em recuperação que tenta retomar não só o tempo perdido como também a confiança do filho Felipe (Gabriel Leone).

Em entrevista ao Notícias da TV, a intérprete pontua que o folhetim de Lícia Manzo levantará a questão da adição de uma forma leve, até para mostrar que uma pessoa não deve ser definida pelo próprio vício:

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A Júlia é mergulhada em um otimismo trágico. Ela tenta manter a alegria, se esforça para falar que está tudo bem, mas se enfia em várias enrascadas. Ela tem 300 outras camadas para além do alcoolismo, que tirou dela tudo o que mais ama, inclusive a proximidade com o filho.

Denise explica que frequentou reuniões dos Alcoólicos Anônimos para compor a personagem, mas lamenta que bastaria olhar para o lado para encontrar outras inspirações:

Ela é uma pessoa muito reconhecível, tanto que eu tive um amigo próximo que passou pelo mesmo problema. As pessoas, nos bastidores, sempre me diziam que conheciam alguém como a Júlia. A gente precisa entender que se trata de uma doença, que precisa de cuidado e de ajuda, principalmente porque nós estamos cheios de vícios. A adição hoje é uma coisa que permeia a nossa vida. A reunião do AA deveria ser para todos.

Ana Virgínia (Regina Braga) na novela das nove

A artista alerta que o tema está em alta, já que a pandemia de Covid-19 fez o consumo do álcool aumentar entre os brasileiros. "Eu mesma bebi mais vinho. A minha relação com a bebida sempre foi serena. Eu gosto de beber, mas bebo socialmente", confessa.

Ela ainda adianta que a história mostrará as dificuldades em se manter longe do vício de uma maneira delicada, sobretudo na relação de Júlia com a mãe --Ana Virgínia (Regina Braga), curiosamente, uma psicóloga especializada em adição.

Mesmo assim, ela não consegue resolver o problema da filha, o que torna tudo muito bonito e até poético, mostra que a vida é móvel. Não tem uma solução pronta, nem uma receita. Às vezes, ajudar atrapalha. E como segurar esse impulso quando está todo mundo sozinho? São dilemas eternos, relações muito sutis.

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