Autora de Pega Pega, Claudia Souto usou própria história em primeira novela solo

Autora de Pega Pega, Claudia Souto optou por contar parte de sua história em sua primeira novela solo. A trama, que é norteada por um roubo no hotel fictício Carioca Palace, se passa no bairro da Tijuca --lugar em que a novelista nasceu. O bairro carioca está nas memórias de infância da roteirista da Globo. 

"Essa novela é muito de mim, porque como foi minha primeira novela eu quis estar bem próxima de coisas que eu conhecia. Ela é ambientada na Tijuca, onde eu nasci", explicou Claudia, em entrevista enviada à imprensa pela Globo.

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Algumas cenas também foram feitas em lugares familiares para a autora: "Os ladrões bolam o plano na pracinha onde eu brincava na infância. A escola onde estudei ainda está lá, inclusive os atores foram até a escola nas gravações para falar com as crianças", relembrou ela.

Já a ambientação em um hotel de luxo veio de outra afinidade:  "Adoro o ambiente do hotel, o staff, o dia a dia, sempre que viajo eu fico prestando atenção", disse a autora.

Não tão estreante assim 

Apesar de Pega Pega ser o primeiro trabalho solo de Claudia Souto, ela trabalha na Globo há quase três décadas.

A roterista começou a escrever novelas como colaboradora de Walcyr Carrasco e Daniel Ortiz. Ela esteve nas equipes de Sete Pecados (2007), Caras e Bocas (2009), Morde e Assopra (2011) e Alto Astral (2014). 

Esse ano estou fazendo 29 anos de Globo. Quando Pega Pega estreou eu dizia que era a estreia de uma veterana, porque em televisão já fiz de tudo, de reality show a humor, de infantil a institucional, de drama a comédia. E a novela foi meu primeiro trabalho de expressão própria. 

A mistura entre os universos resultou em Pega Pega. A trama cômica também esbarra em uma reflexão: a ética do brasileiro. "Existem assuntos sérios dentro da novela. Um deles, e o principal, é a ética, mas a ética das pessoas comuns, porque estamos sempre discutindo a ética do psicopata, do bandido, do ladrão de carreira. E eu quis discutir a ética das pessoas comuns [...] que simplesmente se veem na possibilidade, na oportunidade de passar a mão numa grana violenta."