Atriz de Poliana Moça investe em talk show criado após assassinato chocante

Maria Gal, a Gleyce em Poliana Moça, vai investir em uma segunda temporada de seu talk show Preto no Branco, na BandNews. O programa aborda temas raciais, como o protagonismo negro, inclusão e preconceitos. Sua estreia foi em 2022, após o assassinato de George Floyd (1973-2020). A apresentadora pretende seguir com a atração em 2023 e levar mais debates sociais para a televisão.

"Tem uma equipe majoritariamente negra, nos cargos de liderança, na direção, no roteiro. Então isso é sinônimo de uma mudança e outras iniciativas que estamos tendo no Brasil. É uma mudança que as pessoas estão não só pedindo, mas exigindo. Estamos captando recursos para fazer uma segunda temporada ano que vem, com mais temas e convidados relevantes como foi na primeira temporada", revelou a intérprete de Gleyce ao Notícias da TV.

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Para a atriz do SBT, é difícil mudar algo que está enraizado na sociedade, mas as mudanças em relação à pauta racial já estão acontecendo e tendem a avançar. O tema ganhou ainda mais força após o assassinato de George Floyd. O homem negro foi morto sufocado sob o joelho de um policial branco nos Estados Unidos, na frente de todos que passavam pela rua, causando um debate mundial.

Segundo Gal, esse movimento deve ser, inclusive, abraçado por pessoas brancas, dentro de suas realidades. "Não só pessoas negras mas também pessoas brancas que tenham o mínimo de consciência sobre o que representa o racismo e qual a sua responsabilidade sobre essa questão. É responsabilidade das pessoas brancas transformarem isso dentro do lugar de fala delas e dar protagonismo às pessoas negras".

Além de viver o preconceito na vida real, a artista também enfrentou dificuldades com sua personagem no folhetim de Iris Abravanel. Gleyce sofreu com o racismo e a pobreza, mas para fugir de alguns estereótipos, ela conseguiu sair da comunidade onde cresceu, voltar a estudar e melhorar suas condições econômicas. Então, se tornou um trabalho mais impactante para a atriz.

Apesar de ter saído da comunidade, a personagem de Maria Gal continua presente no local liderando o Comitê do Laço Lilás. "Ela tem um propósito firme em relação àquelas pessoas, é fiel a elas. É como se ela fosse uma CEO de uma instituição, de uma ONG e isso exigiu de mim enquanto atriz determinados condicionamentos na hora de atuar em determinadas cenas."

A novela voltada para o público infantil reforça ainda mais a importância da educação das crianças sobre esses temas tão relevantes na sociedade. Para a apresentadora, é essencial que os pais ensinem seus filhos sobre preconceito.

É extremamente necessário a gente educar as crianças. Não só as crianças negras em relação ao posicionamento de que elas podem sonhar e ser o que quiserem. Mas também as crianças brancas a terem empatia, não serem racistas no futuro. As crianças não nascem racistas, a sociedade que ensina elas a serem racistas ao longo da trajetória.

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