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MARIETA SEVERO

Atriz aponta obsessão perigosa em Laços de Família: 'Digna de Nelson Rodrigues'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz Marieta Severo une as mãos enquanto olha para o longe caracterizada como a Alma em cena de Laços de Família

Marieta Severo interpreta a vilã Alma em Laços de Família; paixão doentia pelo sobrinho

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 24/9/2020 - 14h18

Intérprete de Alma em Laços de Família (2000), Marieta Severo avalia que a obsessão de sua vilã pelo sobrinho Edu (Reynaldo Gianecchini) parece ter saído direto das peças de teatro de Nelson Rodrigues (1912-1980). "Ela é obstinada em protegê-lo. É um amor tóxico como dizemos agora, porque é um afeto possessivo", pondera a atriz de 73 anos.

Essa paixão arrebatadora, que beira o incesto, foi apenas mais um dos tabus que o dramaturgo conhecido pela alcunha o "anjo pornográfico" explorou em obras como Álbum de Família (1945), O Beijo no Asfalto (1960) e Toda Nudez Será Castiga (1965).

O autor Manoel Carlos, porém, explora a relação doentia com contornos mais suaves e menos polêmicos do que no texto rodriguiano. A mulher de Danilo (Alexandre Borges) pode até mesmo invadir o banho do irmão de Estela (Júlia Almeida), mas apenas para alertá-lo sobre a sua relação malfadada com Helena (Vera Fischer).

"Na época, com 35 anos de carreira, nunca tinha atuado em uma novela do Maneco. Eu tinha uma admiração enorme por ele, uma vontade muito grande de fazer um de seus folhetins. Quando fui convidada, não tive a menor dúvida", afirma a artista.

A reprise no Vale a Pena Ver de Novo, aliás, lhe trouxe à tona diversas memórias dos bastidores há vinte anos. "As lembranças são de muitas farras nas gravações. Existia uma troca com os atores muito boa. Um clima bom para gravar é fundamental, traz muito prazer e alimenta o trabalho", pondera.

Apesar do elenco que reunia alguns dos medalhões da Globo, Marieta revela que os estreantes Reynaldo Gianecchini e Juliana Paes se tornaram os seus "queridinhos". "Era a estreia profissional deles, ficou muito fixada em minha lembrança", diz.

A veterana acompanha a carreira dos dois até hoje, como uma espécie de madrinha. "Eu gosto muito de contracenar com atores jovens, principalmente quando percebo que eles querem evoluir e ter uma relação honesta com a profissão. Isso me dá uma enorme alegria", arremata a carioca.


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