MARCELLO AIROLDI
FOTOS: JOÃO RAPOSO/SBT
Davi (Marcello Airoldi) terá de lutar contra um vírus respiratório misterioso em Poliana Moça
Marcello Airoldi assumirá a linha de frente de uma situação tensa na ficção. Intérprete do médico Davi em Poliana Moça, o ator terá de elaborar uma série de regras para que os demais personagens da novela não sejam infectados por um vírus que causa uma doença respiratória --a exemplo da Covid-19 na vida real. E, assim como na realidade, a epidemia vai desestruturar os personagens.
"[A Covid-19] impactou a minha vida imensamente. Não só financeiramente, por causa da diminuição de projetos que eu tinha acesso, mas na paralisação da nossa categoria mesmo. Nós, da classe artística, ficamos muito debilitados no sentido profissional, porque nós não podíamos fazer nada, né? Fomos os primeiros a parar, porque aglomerávamos para trabalhar, e os últimos a voltar [ao trabalho]", explica ele em entrevista ao Notícias da TV.
Segundo a Apresenta Rio, associação formada por diversas empresas da indústria do entretenimento, 1,5 milhão de pessoas que trabalhavam no setor ficaram desempregadas no Brasil desde o início da pandemia. Por isso, Airoldi se uniu a alguns artistas para fazer espetáculos virtuais e arrecadar fundos para ajudar os colegas --desde técnicos de iluminação da TV a faxineiros dos teatros. A empatia é o principal trunfo que leva para a abordagem do tema na novela infantojuvenil.
"O isolamento nos mostrou que ficar em casa significava agir pelo outro, e não estar solitário ou ser uma ação individualista. Ao contrário, estar em casa, sozinho, significava trabalhar e agir pelo coletivo", relembra o intérprete.
Ainda assim, ele assumiu alguns trabalhos durante o pico de contágio da Covid-19 --todos, assegura ele, com os cuidados possíveis, como uso de máscaras e distanciamento. A novela Gênesis (2021), da Record e a série Não Foi Minha Culpa, do Star+, são alguns exemplos. Mas nada se assemelha à barra que ele enfrentará na ficção agora.
O ator já entendia a importância dos profissionais de saúde --alguns membros de sua família são da área da enfermagem--, mas viver isso na pele é diferente. "Nós vimos o quanto que eles foram corajosos de estarem à frente de uma doença que ainda não se sabia direito como ia seguir. Isso, para mim, foi muito inspirador: me orientar por médicos que respeitava, pelas pessoas da área da enfermagem que são fundamentais para um bom tratamento médico", descreve.
Para o artista, o mais interessante dessa experiência foi vivenciar os sacrifícios de seu personagem na trama. Consciente de seu conhecimento técnico, Davi vai sair e se dedicar exclusivamente a atender as pessoas, sem colocar a família em risco. Mas a distância não afetará a relação entre ele e os filhos --muito pelo contrário.
"Eles conversam todos os dias, jantam juntos virtualmente. Pedro [Tavinho Martins] e Chloe [Mari Campolongo] constroem um boneco para ajudar na lembrança do pai, como se ele estivesse ali na mesa. E isso vira uma atitude cotidiana para que eles não deixem de se encontrar, todos os dias, para mostrar e evidenciar o amor que existe entre eles, apesar da distância física", conta.
Até Helena (Luísa Bresser), a filha adolescente e rebelde, deve amolecer com a partida do pai. Ela continuará com a opinião de que o pai prefere cuidar dos outros do que lidar com a própria herdeira, mas tentará entendê-lo. Airoldi, por outro lado, não segue a opinião da adolescente. Para ele, Davi é um homem muito dedicado à família --o problema é que, na medicina, é impossível estabelecer limites entre a vida pessoal e profissional.
Na trama, Davi atua como voluntário em ONG
O médico da ficção ainda leva uma jornada dupla de trabalho. Além do turno no hospital privado, ele atua como voluntário no Clube de Laços Lilás, organização não governamental na fictícia comunidade carente do Jardim Bem-Te-Vi. "Quando as pessoas da rua param para falar do Davi, o tema é justamente esse. Ele é um médico na essência da sua alma. A ideia dele é curar os problemas do mundo. E isso é muito legal", ressalta.
O voluntariado é o traço que o intérprete mais admira no personagem. Ainda mais considerando o contexto do país --as deficiências do SUS (Sistema Único de Saúde), os preços altos dos planos de saúde e até a proposta do rol taxativo da ANS (Agencia Nacional de Saúde), em que os planos de saúde não seriam obrigadas a custear tratamentos que não estivessem na lista de coberturas obrigatórias.
Eu acho que esse enfoque é muito interessante, especialmente quando aponta que nós temos uma deficiência com um sistema de saúde para pessoas mais carentes, né? A gente sabe que o SUS é extremamente importante, eficiente em vários aspectos, só que ele não dá conta de tudo que acontece nesse país. E a área privada de saúde é injusta com a população, e isso fica claro na nossa novela [...] Cada vez mais a população fica a mercê da ganância financeira das grandes empresas.
Ao menos, o Senado aprovou, na última sexta (29), um Projeto de Lei que derruba o rol taxativo dos planos. Como já havia passado pela Câmara, o texto deve ir à sanção presidencial. No folhetim de Iris Abravanel, porém, a luta pela saúde só está começando.
Poliana Moça é exibida de segunda a sexta-feira, às 20h30, no SBT. A novela dá continuidade à saga de Poliana, menina que usa o Jogo do Contente para enxergar o lado bom da vida. A infância da personagem foi abordada no folhetim As Aventuras de Poliana, que a emissora colocou no ar em 2018.
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