Atentados de 11 de setembro afetaram até a novela O Clone na Globo; saiba como

Além de ser um marco na história contemporânea, os atentados de 11 de setembro afetaram até mesmo a estreia de O Clone (2001). O folhetim estava programado para estrear três semanas depois da data trágica. A Globo, no entanto, teve de repensar o lançamento da trama após o grupo terrorista islâmico Al-Qaeda anunciar a autoria dos ataques nos Estados Unidos. 

Diretor da novela, Jayme Monjardim deu uma entrevista ao Gshow e contou que a produção teve que recalcular um novo olhar para O Clone.

A equipe temia que o envolvimento do grupo terrorista pudesse impactar a novela --que tinha como base uma história contextualizada no mundo islâmico: "Houve todo um cuidado, toda uma preparação. Botamos em dúvida, em algum momento, como seria lançar a novela", lembrou Monjardim. 

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Apesar das preocupações, a cúpula entendeu que a exibição de O Clone mostraria para o público brasileiro que a cultura do Oriente Médio não poderia ser reduzida à tragédia de 11 de setembro:

Mas a gente percebeu o quanto era importante ver as pessoas tendo uma imagem correta do mundo muçulmano, e não apenas dessa atrocidade que foi o ataque às Torres Gêmeas.

Estratégia de sucesso 

A decisão se mostrou assertiva nos meses seguintes. O Clone se tornou um sucesso na faixa das nove, e o público se apaixonou pela história do amor proibido de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício).

Jayme Monjardim, inclusive, acredita que a popularidade da trama aconteceu por conta da curiosidade repentina do telespectador sobre a cultura islâmica.

A curiosidade pelo mundo muçulmano foi muito grande. Todos queriam saber mais sobre esse universo, sobre a religião... Eu tive muita ajuda da comunidade islâmica, pois a gente queria manter todo o respeito, toda a cultura. Foi um processo de muito aprendizado.