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Jesus

Após polêmica na Globo, Record inventa personagens negros em trama bíblica

Edu Moraes/Record

A atriz Barbara Reis, que interpreta Susana na novela Jesus, da Record - Edu Moraes/Record

A atriz Barbara Reis, que interpreta Susana na novela Jesus, da Record

FERNANDA LOPES, no Rio de Janeiro

Publicado em 20/7/2018 - 6h22

Depois das críticas a Segundo Sol, que não tem atores negros suficientes para uma história que se passa na Bahia, a Record dará mais espaço para afrodescendentes em sua nova novela. Em Jesus, que estreia na terça (24), há personagens negros que realmente existiram na Bíblia. Mas também foram inventados alguns para que a produção tenha maior representatividade. É o caso dos gladiadores do Império Romano.

A principal personagem negra da novela é Susana (que nada tem a ver com a Susana do Antigo Testamento bíblico). Interpretada por Barbara Reis, sua história foi totalmente criada pela autora Paula Richard, para gerar mais movimentação entre os coadjuvantes.

Susana é uma mulher de origem núbia (região de Egito e Sudão) que é feita escrava, aprende habilidades de luta com gladiadores e acompanha a trajetória de Jesus (Dudu Azevedo) até a crucificação.

"A Susana é criada naquela coisa de ter espaço para atores negros. A gente inventou uma história toda para ela. Às vezes é difícil, porque a maioria dos personagens bíblicos não eram negros, eram hebreus, romanos. Mas nós tínhamos outros povos naquela época, como os etíopes", explica a autora.

"Um dos meus consultores falou para incluirmos gladiadores negros. Perguntei se tinha, e ele disse que era raro, mas existia. Então falei 'vamos nessa', e criamos uma coisa diferente", complementa.

Os gladiadores negros aparecerão ao longo da trama e não são listados como elenco oficial da novela. Além de Barbara Reis, Jesus tem outros três atores afro-descendentes fixos. Paulo Lessa vive Goy, servo de um centurião romano; Cridemar Aquino interpreta Baltazar, um dos três reis magos; e Marcelo Batista é Simão de Cirene, homem que ajuda Jesus a carregar a cruz.

Ainda assim, o número é baixo se comparado ao total de personagens: 94. Em maio deste ano, o Ministério Público do Trabalho chegou a enviar 14 medidas à Globo para recomendar maior participação de profissionais negros em produções audiovisuais e maior igualdade racial no ambiente de trabalho da TV.

Edu Moraes/Record

O ator Dudu Azevedo gravou cenas como Jesus na cidade de Uarzazate, no Marrocos

Sem olhos azuis
Jesus se passa no Oriente Médio. Mesmo assim, muitos dos personagens têm pele clara, cabelos loiros e olhos azuis, repetindo o padrão eurocêntrico. A emissora só teve o cuidado de não deixar o protagonista com essas feições, naquela versão de Jesus clássica, disseminada pela Igreja Católica.

"Ninguém tinha o compromisso de pegar aquela imagem de Jesus, que não sabemos se é aquela mesmo. E tem uma coisa histórica também, nessa época eles estavam muito influenciados por Roma, então eventualmente os hebreus já não deixavam aquele cabelo comprido. Mas historicamente Jesus seria mais moreno mesmo. E a escolha foi pelo Dudu, ninguém pensou em transformá-lo", diz Paula.

Dudu Azevedo, por sua vez, minimiza a importância de características físicas para a novela. Ele acredita que as pessoas devem focar mais na emoção da história e dos personagens, e menos na cor dos cabelos ou da pele.

"As coisas externas são as menos importantes, a estética é mais um detalhe. As pessoas questionam muito a questão do cabelo, da cor dos olhos. Acho que o público ao longo do tempo vai perceber que isso é o menos importante. A joia é a história que a gente tem pra contar", afirma.

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