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ALINNE PRADO

Única apresentadora negra do Vídeo Show aponta racismo da Globo em demissão

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

A jornalista Alinne Prado integrou o time de apresentadores do Vídeo Show, da Globo, em 2016 - DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

A jornalista Alinne Prado integrou o time de apresentadores do Vídeo Show, da Globo, em 2016

REDAÇÃO

Publicado em 19/7/2018 - 13h35
Atualizado em 19/7/2018 - 18h44

A jornalista Alinne Prado, primeira e única negra a ocupar o cargo de apresentadora do Vídeo Show, fez um desabafo em uma rede social e apontou que sua demissão do programa da Globo está associada à cor de sua pele. "São as chibatadas contemporâneas. Não nos deixam ocupar a sala da casa grande, por mais qualificados que sejamos", escreveu no Instagram.

O texto de Alinne foi uma resposta ao comentário de uma seguidora, identificada como Patrícia Rammos. Ela elogiou a escalação das ex-BBBs Fernanda Keula, Vivian Amorim e Ana Clara Lima para o Vídeo Show ao lado de Sophia Abrahão, mas sentia falta de uma profissional mais madura. E também apontou a falta de diversidade no elenco. Todas as apresentadoras atuais são brancas de cabelos loiros ou ruivos.

"Apesar de ser a primeira negra a sentar na bancada do programa, fui demitida sob a justificativa de que, apesar de gostarem muito do meu trabalho, precisavam de alguém mais 'neutro' (sic) do que eu. E como estavam passando por uma crise, eles precisavam enxugar o quadro de repórteres (que depois da minha saída aumentou). Nunca falei disso publicamente, mas me dói demais ver isso acontecer", desabafou.

Alinne trabalhou no Vídeo Show entre 2015 e 2017. Mas em 2016, a Globo decidiu mudar novamente o formato após a saída de Mônica Iozzi e o mau desempenho de Maíra Charken, promovendo um rodízio de apresentadores.

Otaviano Costa seguiu como único fixo na bancada, e Alinne Prado começou a revezar com Joaquim Lopes, Rafael Cortez, Susana Vieira e a própria Maíra.

"Não é nada contra as meninas do Vídeo Show. É contra a colonização do nosso imaginário. Só podemos aparecer na TV se for em situação de subserviência e sofrimento. E sempre como cota. É contra acharmos que não existe racismo. Que tudo isso é mimimi. Enquanto os não negros cruzarem os braços e fecharem seus olhos para isso, continuaremos a ser amordaçados, chicoteados, invizibilizados e mortos. Precisamos de aliados nessa luta. Precisamos de você!", escreveu.

Além da resposta à seguidora e ao texto publicado em sua linha do tempo no Instagram, Alinne recorreu aos Stories e postou outras mensagens, reforçando que sua demissão da Globo teria sido motivada por racismo.

"É a televisão. A gente sabe muito bem o que aconteceu comigo, o que está acontecendo com um monte de gente sendo invisibilizada, a gente não se vê, a gente não vê representatividade. Enquanto a gente não reconhecer no Brasil que existe realmente racismo, que existe esse espaço, esse abismo entre negros e não-negros, a gente não vai mudar isso", desabafou.

Apenas três negros estiveram à frente do Vídeo Show em seus 35 anos de existência. Além de Alinne, o programa teve como repórteres as atrizes Zezeh Barbosa (entre 2000 e 2001) e Pathy Dejesus (entre 2013 e 2015).

Ao Notícias da TV, a Globo enviou um comunicado afirmando que a demissão de Alinne não foi motivada pela cor de sua pele, e que a não renovação de seu contrato foi uma dinâmica comum, como ocorre em qualquer empresa. Confira:

"A trajetória de Alinne Prado na Globo por si só mostra que essa acusação não procede. Durante seis anos, Alinne Prado passou por quatro programas na Globo. E em todos pôde atuar em diferentes funções, como repórter ou apresentadora. Alinne entrou em 2011 na Globonews, onde ficou até 2012, quando foi transferida para o Entretenimento da Globo para ser umas das repórteres do programa Encontro Com Fátima Bernardes."

"Em 2015, Alinne teve a oportunidade de integrar o time do Vídeo Show fazendo reportagens e apresentando o programa, onde permaneceu até 2017. Com os ajustes no Vídeo Show, Alinne ainda foi escalada para trabalhar na equipe de reportagem do Mais Você, no ano passado, por dois meses. Após essa passagem pelo programa, seu contrato chegou ao fim e não foi renovado, numa dinâmica comum a qualquer outro profissional ou empresa."

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