Após Avenida Brasil, Marcello Novaes vira a página: 'Não sei mais fazer mocinho'

O destino de Marcello Novaes na TV é ser mau, ao menos, é o que ele quer. Galã de novelas nos anos 1990, o ator de 56 anos afirma que perdeu o "jeito" para os papéis de bom-moço desde que interpretou Max em Avenida Brasil (2012). "Eu não sei mais fazer mocinho. O vilão é muito mais interessante, e o desafio é muito maior. É o outro lado da moeda", diz.

Recentemente, ele fez um empresário que "ressuscitou" falido e golpista em O Outro Lado do Paraíso. Teve uns personagens do bem como Vittorio, de Sol Nascente  (2016), e o confuso Vavá, de A Regra do Jogo  (2015). Mas é com o Sampaio, de O Sétimo Guardião, que ele aposta que voltará a ficar na memória do público.

"Eu fiz um vilão que foi divisor de águas na minha carreira que foi o Max, e agora estou com o desafio de fazer outro vilão, que é diferente do Max. Ele tem outras características. É inteligente, trama as coisas. Em Avenida Brasil, quem tramava era Carminha [Adriana Esteves], o Max só executava", recorda-se.

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"Sampaio é manipulador e sedutor. Vai causar", afirma o veterano, apesar das ações sem sentido do motorista no início da novela. Ele enterrou o filho da patroa e segue tentando tomar posse de um "tesouro" que não é seu, algo que ele nem sabe o que é.

O personagem se mostrará violento ao se ver encurralado pelas prostitutas de Ondina (Ana Beatriz Nogueira). A cafetina que se intitula "mãe" das jovens que trabalham em seu bordel fará de tudo para saber se ele tem a marca da pata do gato, a prova de que seria o guardião-mor substituto de Egídio (Antonio Calloni). Sem o sinal de nascença, logo o mau-caráter será desmascarado.

Gabriel (Bruno Gagliasso) foi enterrado por Sampaio no primeiro capítulo da novela das nove

Além disso, ele terá de encarar Valentina (Lilia Cabral) e implorar o seu perdão depois que a madame chegar a Serro Azul na próxima semana. Ela o aceitará de volta porque vai precisar de alguém que faça os serviços sujos.

"É um personagem ardiloso, falso e egoísta. Tem um pouco de humor nessa falsidade dele. Um humor ácido, que espero que gostem", diz Novaes.

Família na novela
Por enquanto, o ator não tem cenas com Letícia Spiller, que faz a Marilda. Afirma que sua ex-mulher não é só uma colega de trabalho, é uma atriz que ele nutre uma enorme admiração. Por isso, torce para ter de contracenar com a loira. Há dois anos, os dois interpretaram um casal em Sol Nascente. "Amo muito o Marcello. Ficamos amigos graças a Deus, ele é muito parceiro", declara Letícia. 

Os dois são pais de Pedro Novaes, que está com 21 anos. O rapaz é fruto do romance do casal que foi da tela para a vida real na época em que eles protagonizaram Quatro por Quatro (1994). O garoto está iniciando uma carreira artística e a sua banda, a Fuze, emplacou uma música na trilha sonora da atual novela das nove: Corrente.

"Quando a gente pisca o olho já está um galalau, maior que eu. Fico feliz que o Pedro está no caminho da arte e da música. A banda dele está com uma música na novela, e ele está fazendo a oficina de [atores] de Malhação. Ele atuou em filmes que eu produzi. Fez tablado, ele já nasceu artista, mas tem a história dele, o tempo dele, que é diferente do meu", comenta a mãe coruja. 

Marcello Novaes e Letícia Spiller como Raí e Babalu na novela Quatro Por Quatro, há 22 anos

Com o filho mais velho, Diogo, de 23 anos, e o mais novo, Pedro, encaminhados (os dois integram a banda Fuze), o intérprete de Sampaio diz que envelhecer requer, mais do que tudo, inteligência, mas seu "segredo a juventude" é justamente conviver com os herdeiros todos os dias. 

"Envelhecer é inevitável, a gente tem que ser inteligente porque existe o velho clichê de que a gente envelhece na cabeça. Mas o corpo começa a apresentar coisas. A gente anda mais devagar, mas olha mais ao redor, capta mais as coisas, trabalha mais com você mesmo", discursa Novaes.