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DAMA DA CARIDADE

Além da Ilusão: Traída, Darcy Vargas virou 'modelo' de primeira-dama na vida real

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Ana Carolina Rainha, caracterizada como Darcy Vargas, usa os cabelos escuros presos e uma maquiagem leve em cena de Além da Ilusão

Ana Carolina Rainha vive Darcy Vargas em Além da Ilusão; primeira-dama virou modelo a ser seguido

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 2/6/2022 - 5h00

A Legião Brasileira de Assistência (LBA) está longe de ser o único feito de Darcy Vargas (1895-1968). A entidade para ajudar os soldados atuantes na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) é retratada em Além da Ilusão. No entanto, as demais obras filantrópicas da primeira-dama pouco foram mencionadas na novela das seis da Globo --apesar de inaugurarem um "modelo" para as futuras primeiras-damas. Na trama, Ana Carolina Rainha interpreta a gaúcha.

Até Darcy assumir o cargo, as mulheres dos presidentes do Brasil mal atuavam na vida política nacional. Ela se casou com Getúlio Vargas (1882-1954) aos 15 anos e soube emplacar uma série projetos de filantropia. Tais atividades, no entanto, eram vistas pela primeira-dama apenas como forma de se dedicar à família. 

De fato, as iniciativas tiveram um papel importante em todos no governo Vargas. Quem conclui isso é Ivana Guilherme Simili, na tese de doutorado Mulher e política - A trajetória da primeira-dama Darcy Vargas (1930-1945), da Editora Unesp.

Os períodos em que os projetos assistenciais eram lançados, afinal, não foram escolhidos por acaso. De acordo com a historiadora, o percurso filantrópico da primeira-dama sempre esteve articulado com as empreitadas políticas do marido. "Com as criações assistenciais, ela produzia um modelo de atuação e de participação da esposa na política", afirma Ivana.

O nome de Darcy ganhou destaque ainda durante o levante golpista que levou seu marido ao poder, em outubro de 1930. Na época, a mulher criou a Legião da Caridade, associação de mulheres que deveriam produzir roupas para os revolucionários e distribuir alimentos às famílias daqueles que acompanharam Vargas.

Mais tarde, tocada pela vulnerabilidade social vivida pelas crianças e jovens entregadores de jornais, a primeira-dama criou a Casa do Pequeno Jornaleiro. A instituição oferecia moradia, educação, alimentação e apoio médico para as crianças e jovens distribuidores de jornais na região central do Rio de Janeiro.

Com o tempo, o projeto ganhou abrangência e mudou o nome para Fundação Darcy Vargas --que permanece até hoje. Quando a idealizadora da entidade morreu, em 1968, a filha Alzira Vargas (1914-1992) assumiu seu lugar na direção.

Em 1992, quando Alzira morreu, a neta dos Vargas, Edith, tomou conta de parte dos trabalhos. Ela introduziu uma mudança na atuação do espaço, que hoje fornece ensino fundamental em período integral, o ensino médio na modalidade empreendedor e cursos profissionalizantes.

Antes de morrer, a primeira-dama ainda idealizou o projeto Cidade das Meninas. A ideia era abrigar crianças e moças em situação de rua, e oferecer e estudos primários, formação profissional e formação familiar.

 A LBA, então, só coroou a participação da mulher na história da política assistencial. "É possível dizer que, no período de 1942 a 1945, as mulheres que se tornaram voluntárias da LBA escreveram um capítulo importante da história das mulheres na guerra", indica Ivana.

acervo/aventuras na história

Getúlio e Darcy Vargas durante primeiro mandato na Presidência da República (1930-1945)

Getúlio e Darcy Vargas durante primeiro mandato

Casamento caótico

Apesar das contribuições de Darcy à vida política do marido, Vargas não era fiel. Muito pelo contrário. Conhecido como "mulherengo", o presidente colecionava amantes --e ainda fazia questão de elogiá-las em seus diários.

Foram 20 citações só para Aimeé Lopes, mulher do oficial do gabinete Luiz Simões Lopes e amante do presidente. Em uma delas, ele fala de uma "ocorrência sentimental de transbordante alegria".

Da paixão, nasceu o descuido. As escapadas com a beldade se tornaram públicas, Darcy chiou no ouvido do presidente. "Cena doméstica de ciúme porque saí à tarde", apontou Vargas em seu diário, usado como base para a biografia Getúlio, de Lira Neto.

Nos seus escritos, governante ainda confessou que a mulher pediu a "separação de camas". Firme em conseguir o que queria --tanto na vida pública, quanto na privada--, ela ainda bateu o pé para que Vargas permitisse que Alzira se tornasse motorista.

Apesar do sofrimento conjugal, Darcy ao menos se beneficiou da condição do marido. Entre sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1930, e o fim do primeiro mandato de Vargas, em 1945, as fotografias mostram a mudança no seu visual. Com o tempo, ela se transformou em uma mulher bem-vestida e atualizada na moda.

O gosto da primeira-dama pela Alta Costura, aliás, não era segredo para ninguém. Provavelmente, ela encomendaria um vestido com Isadora (Larissa Manoela), assim como no folhetim.

Figura contraditória, ela revezava a ostentação com a administração de seus projetos. Após o suicídio do marido, em 1954, ela permaneceu morando no Rio de Janeiro e continuou na administração da fundação que leva seu nome. 

A novela protagonizada por Larissa Manoela será substituída em 22 de agosto por Mar do Sertão, escrita por Mario Teixeira. Confira os resumos da novela das seis da Globo que o Notícias da TV publica diariamente.


Saiba tudo sobre os próximos capítulos das novelas com o podcast Noveleiros:

Ouça "#103 - Vale a pena assistir Cara e Coragem? Saiba o que esperar da novela" no Spreaker.


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