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Acordo à vista

Record e SBT aceitam receber centavos, e negociações com TV paga avançam

Lourival Ribeiro/SBT

Silvio Santos em seu programa: programação do SBT e Record continua no ar em Goiás - Lourival Ribeiro/SBT

Silvio Santos em seu programa: programação do SBT e Record continua no ar em Goiás

DANIEL CASTRO

Publicado em 22/6/2017 - 10h07

Depois de quase três meses de conflitos, as negociações entre Record, SBT e RedeTV! com as maiores operadoras de TV por assinatura finalmente avançaram. A Simba, empresa que representa as três redes, sinalizou com uma redução no valor a ser cobrado para a faixa dos centavos, e todas as operadoras decidiram manter seus sinais no ar em Goiânia e outras 29 cidades de Goiás que tiveram apagão analógico à meia-noite de hoje (22).

Nos últimos 30 dias, todas as grandes operadoras (Net, Claro HD, Sky, Vivo e Oi) exibiram em seus canais de relacionamento com o assinante mensagens em que anunciavam que, devido à falta de acordo com a Simba, teriam de cortar os canais em alta definição da Record, SBT e RedeTV! nesta madrugada.

Na manhã de hoje, no entanto, as três redes permanecem em todas as operadoras. Segundo uma fonte envolvida nas negociações, isso é um indicador de "perspectiva de acordo" próximo.

A Simba ainda não enviou uma nova proposta oficial às operadoras, mas já indicou estar disposta a aceitar um valor "realista" pelos sinais das três redes. Por valor realista, as empresas de TV por assinatura entendem algo na casa dos centavos, abaixo de R$ 1,00 pelo conteúdo HD das três emissoras por assinante.

Em março, a Simba pediu R$ 15 pelo pacote e notificou que, sem um novo contrato, as operadoras deveriam tirar as três redes do ar. Isso levou a Net, Claro, Sky e Oi a cortar os sinais na Grande São Paulo e no Distrito Federal.

reprodução

Comunicado exibido pela Net em Goiânia, anunciando corte de emissoras, que não ocorreu

A perspectiva era de que milhares de assinantes protestassem e cancelassem seus vínculos com as operadoras. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário, a audiência das emissoras desabou na Grande São Paulo.

Até hoje, a Record e a RedeTV! não recuperaram o público perdido, apesar de as pesquisas indicarem que 100% dos domícios da capital paulista já têm receptores digitais abertos.

Acuada, a Simba sinalizou com uma redução de 90% no valor pedido inicialmente. As operadoras, contudo, disseram que R$ 1,50 pelas três redes ainda é caro demais, significaria um custo extra de R$ 350 milhões anuais quando todo o país estiver digitalizado.

Na semana passada, a Simba enviou uma carta às operadoras pedindo para elas manterem as três emissoras em Goiânia, precariamente, até que se chegasse a um acordo. As empresas de TV paga estavam dispostas a ignorar o pedido e a desligar os sinais, mas as negociações ocorridas ontem (21) mudaram esse cenário.

Além de apontar para uma proposta "realista", a Simba lançou mão de um interlocutor de confiança das operadoras, Ricardo Miranda, ex-presidente da Sky.

Miranda substituiu no mês passado o banqueiro Marco Gonçalves, que em março adotou uma postura de confronto com as operadoras. Gonçalves foi notícia no início deste ano após ser acusado de gastar R$ 1 milhão em duas noitadas em uma boate em Nova York, o que lhe custou a sociedade no banco BTG Pactual.

Com o aceno de uma proposta abaixo de R$ 1,00 e com o gesto das operadora de manter os sinais em Goiânia mesmo sem um novo contrato, as negociações devem avançar bastante nas próximas semanas, apostam atores desse mercado.

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