Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

COMPRA RÁPIDA

Globo vende sofá e televisão de cenário para turbinar ganhos com publicidade

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Montagem de fotos com o apresentador André Marques sentado no sofá do É de Casa e imagem de smart TV

No É de Casa, André Marques ensinou como fazer compras pelo controle remoto na TV digital

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 13/8/2020 - 7h20

Na tentativa de turbinar ganhos com publicidade e recuperar verbas perdidas na crise causada pela pandemia de Covid-19, a Globo lançou um novo formato de merchandising. A emissora começou a mostrar para os telespectadores que é possível comprar produtos que aparecem nos cenários dos programas da TV apenas com o uso do controle remoto --essa operação comercial é conhecida como t-commerce. Trata-se de um recurso que será cada vez mais comum na TV a partir de 2021, como a introdução do DTV Play.

Desde o último sábado (8), no É de Casa, a líder de audiência está ensinando aos telespectadores como acessar um catálogo digital da rede varejista Casas Bahia, para ver itens como a televisão e o sofá que compõem o ambiente da atração.

No momento em que um carrinho de compras vermelho aparece no canto superior da tela, a pessoa pode clicar no botão de interatividade do controle remoto, permitindo acesso aos produtos e eventuais promoções oferecidos pela empresa anunciante. A tela fica dividida com o conteúdo do programa.

Caso tenha interesse em algum dos objetos, o consumidor é direcionado para a versão móvel do e-commerce da varejista via QR Code. "Uma solução completa, que começa com o despertar do desejo e leva diretamente à conversão", defende a Globo em comunicado à imprensa.

Para fazer a interação com os produtos exibidos na TV, é necessário ter um aparelho com receptor digital. Estima-se que, atualmente, 35 milhões de televisores estejam aptos a usar essa tecnologia.

A ação comercial, que está prevista para ser exibida nos próximos cinco sábados no É de Casa, é apenas um primeiro passo para um formato de anúncio e de venda que tende a se tornar um hábito.

Veja abaixo o anúncio veiculado pela Globo, com André Marques e Ana Furtado:

TV aberta ou streaming?

Em julho, o governo federal publicou uma portaria para determinar que, a partir de 2021, os televisores fabricados no Brasil tenham o DTV Play (perfil D do Ginga), recurso de interatividade do padrão de TV digital aberta brasileira. Segundo o Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre, a expectativa é que 90% dos aparelhos contem com a tecnologia até 2023.

A atual versão do Ginga, uma espécie de sistema operacional (como Windows, Android e macOS) para televisão, ainda não conta com o DTV Play, que, entre outras melhorias, pretende evitar que o usuário saia da programação aberta para entrar em um menu de aplicativos da smart TV. Por isso, nesse anúncio do É de Casa, o uso do celular ainda é necessário.

Com o DTV Play, a ideia é que a TV aberta digital tenha uma tecnologia semelhante aos serviços de streaming. Além disso, a atualização vai oferecer também propagandas direcionadas --ou seja, cada usuário receberá sua própria oferta de produtos e serviços na televisão, o que vai alterar os formatos de anúncios.

O DTV Play é a integração do broadcast (sinal emitido pelas redes de TV) com a broadband, a banda larga. Com ele, o telespectador poderá interagir com o sinal da TV por meio da rede de internet, tornando a operação mais rápida e segura para as emissoras, que não perdem audiência com a migração para um site.

A campanha com a Casas Bahia é uma forma de a Globo "educar" o telespectador a a comprar desse novo jeito. Em breve, será necessário apenas um controle remoto e um cartão de crédito com limite para comprar o look da mocinha da novela, a camisa do apresentador do programa ou a panela que a Ana Maria Braga usa na sua receita.


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.