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NOVA ESTRATÉGIA

Com novelas espalhadas pelo streaming, +SBT pretende multiplicar audiência

FOTOS: JOÃO RAPOSO/SBT

Logo do +SBT em gesso e com iluminação de LED; ao fundo, é possível ver uma projeção da interface da plataforma

Foto do evento de lançamento do +SBT à imprensa; plataforma tem estratégia determinada

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 6/8/2024 - 6h10

Apesar do lançamento de sua plataforma própria, o SBT não pretende suspender suas parcerias com outros serviços de streaming. Carrossel (2012) e Chiquititas (2013) vão continuar na Netflix, assim como A Infância de Romeu e Julieta seguirá no Prime Video e A Caverna Encantada será disponibilizada no Disney+. Afinal, para a emissora de Silvio Santos, as audiências não se excluem; elas se multiplicam.

A descrição partiu de Carolina Gazal, diretora de conteúdo multiplataforma da emissora. Foi a executiva quem determinou quais conteúdos irão para o +SBT, o streaming gratuito da empresa, que será lançado no próximo dia 18. E ela não viu problemas ao escalar as novelinhas infantis, que fazem sucesso nas demais plataformas --Chiquititas chegou a ser o 38º produto mais visto da Netflix mundial no primeiro semestre do ano passado

"Um dos nossos mantras é que o conteúdo precisa ser multi, ele precisa estar disponível. A audiência multiplica, ela não divide. Alguns contratos a gente tem já com algumas plataformas, e a gente respeita e entende que, sim, as audiências são complementares", disse Carolina, no evento de apresentação do +SBT à imprensa, realizada na última quinta (1º).

A pessoa que assiste na Disney talvez não consiga ver na TV; a pessoa que não consegue ver na TV, mas não pode pagar uma assinatura da Disney, vai assistir no +SBT. Existe espaço para disponibilizar o conteúdo em outras plataformas. Claro, com estratégia e pensando no negócio.

Ela reiterou que a empresa já faz esse trabalho "há muito tempo" e "com muito cuidado", inclusive fazendo estudos sobre o que funciona ou não. "Já temos dez anos de experiência trabalhando com o YouTube e com outras parcerias, como a Televisa, a Netflix, o Prime Video... Eles nos trouxeram esse know-how [habilidade oriunda da experiência] de que uma coisa não invalida a outra."

Questão de negócios

A estratégia escolhida tem seus motivos. O principal deles é que as parcerias com as outras plataformas geram receita para o SBT; a plataforma de streaming da emissora, por outro lado, é gratuita. A plataforma tem cinco grandes patrocinadores para cobrir os gastos, mas o foco está muito menos nas novelas e muito mais nos programas antigos da emissora.

Carolina Gazal no evento de lançamento à imprensa

Carolina Gazal no evento de lançamento à imprensa

Não à toa, "memória afetiva" e "conforto nostálgico" foram dois dos termos mais destacados durante o lançamento. A emissora quer pegar o público brasileiro pelo laço usando os grandes nomes de sua história até hoje. Silvio Santos, por exemplo, terá um canal linear só para si, reprisando suas principais atrações nesses quase 43 anos de SBT (a emissora faz aniversário no dia 19, logo depois do lançamento do streaming).

O Jô Onze e Meia, de Jô Soares (1938-2022), e o Domingo Legal de Gugu Liberato (1959-2019), também estarão disponíveis sob demanda e em um canal linear específico, denominado +Saudade. As novelas infantis, por sua vez, poderão ser divididas nos canais +Novelas e +Criança, outra aposta do streaming.

Mais do que pensar nas novelinhas sob demanda, como fazem os outros streamings, o SBT quer se diferenciar do YouTube, que oferece um espaço de "conteúdo linear" para as crianças. O problema é que as propagandas voltadas aos adultos muitas vezes interrompem o conteúdo infantil, para o desespero dos pais. E o +SBT quer corrigir isso.

Para Carolina, esse seria um dos motivos para que o público baixe mais uma plataforma de streaming. O +SBT parte da ideia de oferecer um escapismo para o brasileiro que tem uma rotina corrida, sem fazê-lo esbarrar em grandes dificuldades --como um acesso demasiado complicado à plataforma e a já mencionada interrupção de anúncios não condizentes com a idade do público.

Conteúdo para todos

A curadoria de conteúdo e o próprio desenvolvimento da plataforma levaram isso em consideração. Roberto Groisman, diretor de transformação digital da emissora, reiterou que a plataforma foi planejada para ser simples. Não à toa, é possível assistir a boa parte do conteúdo sem a necessidade de fazer login. Os dados do espectador só são solicitados em casos muito específicos, como produções com conteúdo sensível, devido à classificação etária.

É uma maneira de democratizar o conteúdo, assim como o fato de ele ser disponibilizado via Chromecast, web e aplicativos (para Android e iOS). A criação dos canais lineares também segue esse princípio, de forma que o espectador não precise passar horas escolhendo o conteúdo que vai assistir.

Esses aspectos serão reforçados no próprio canal do SBT no YouTube, para convencer o público a trocar de plataforma. Ainda assim, o canal na rede de vídeos do Google não será abandonado. A ideia é continuar usando o espaço como arquivo para os programas que estão na grade --eles até irão para o +SBT, mas devem ter seus episódios mais antigos constantemente excluídos, para dar espaço a novos conteúdos.

Dani Beyruti no evento de lançamento do +SBT

Daniela Beyruti, vice-presidente do SBT, em evento

"A gente aprendeu e aprende ainda muito com o YouTube. A gente tem uma audiência grande, gigante, o SBT é muito forte no digital também por causa disso. A gente entende que é importante continuar no YouTube, principalmente nos programas do dia a dia", reiterou Carolina.

Algumas coisas vão mudar porque a gente precisa gerar awareness [conhecimento de marca] para o +SBT, mas não há como abrir mão da nossa presença do YouTube. Eu acho que a forma de consumir é diferente. O YouTube não é tão adequado para assistir a conteúdos mais longos, como séries, filmes e documentários. A gente entende que, para isso, você precisa ter uma experiência melhor.

O canal digital, então, também abrigará conteúdos extras como bastidores, melhores momentos e até spin-offs. E também promoverá a nova grade do streaming, que contará com novelas clássicas como Pícara Sonhadora (2001), Pequena Travessa (2002), Os Ricos Também Choram (2005) e Cristal (2006).


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