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GUERRA DOS STREAMINGS

Apple TV+ aumenta investimento em filmes para bater Netflix no Oscar

JR/Reprodução/Instagram

Robert De Niro, Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio em foto tirada pelo fotógrafo JR

Robert De Niro, Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio; trio pode ajudar Apple na briga com a Netflix pelo Oscar

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 3/10/2020 - 7h10

Com apenas um ano de vida, o streaming Apple TV+ já se consolidou como um dos grandes players no mercado a quem buscam opções de séries para assistir além da já estabelecida Netflix. Apesar do início fraco, a plataforma seduziu o público com produções elogiadas pela crítica. Agora, o foco da gigante de tecnologia passa a ser o cinema e a estatueta do Oscar --cujo maior prêmio também é cobiçado por suas rivais.

Para atingir o seu objetivo de "invadir" o grupo dos grandes estúdios de cinema, a estratégia do Apple TV+ se assemelha à utilizada para as séries de TV. The Morning Show e Em Defesa de Jacob, duas das mais elogiadas produções da casa, têm em seu elenco nomes consagrados como Chris Evans, Reese Witherspoon e Jennifer Aniston.

Na ideia de seduzir estrelas do porte dos artistas citados, a plataforma oferece salários muito acima do mercado em comparação a outras empresas concorrentes, como a HBO. Reese e Jennifer, por exemplo, são donas dos maiores salários por episódio da história da TV americana: US$ 2 milhões (R$ 11,2 milhões) cada.

Em agosto, a gigante de tecnologia anunciou um acordo milionário com ninguém menos do que Martin Scorsese, vencedor do Oscar e considerado um dos grandes diretores da história do cinema. Através de sua produtora, Sikelia Productions, o ícone do entretenimento vai produzir uma leva de filmes e séries originais e exclusivos para a plataforma.

O acordo com cineasta engloba já o seu próximo grande projeto, Killers of the Flower Moon, que terá no elenco Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, dois colaboradores de longa data do diretor. A parceria entre Scorsese e o Apple TV+ também é marcante pelo fato de que seu último longa, O Irlandês (2019), foi uma produção Netflix e concorreu aos principais prêmios do Oscar.

O diretor, no entanto, não foi o único grande nome que fechou parcerias com a plataforma. Através de suas produtoras, nomes como Oprah Winfrey, Idris Elba e Ridley Scott também produzirão conteúdo original para enriquecer ainda mais o catálogo do Apple TV+.

Cofres abertos

Tratando-se de uma das empresas que mais faturam no mundo, a Apple não poupa esforços (nem dinheiro) para adicionar ao seu catálogo filmes que possam fazê-la bater de frente com a Netflix em busca da estatueta de melhor filme do Oscar. A rival já bateu na trave com Roma (2018), enquanto a Amazon e seu Manchester à Beira-Mar (2016) também ficaram pelo caminho. Ambas as produções venceram em outras categorias.

Pensando nisso, a plataforma fechou a aquisição de filmes como Cherry, dirigido pelos irmãos Russo (Vingadores: Ultimato) e protagonizado por Tom Holland (o Homem-Aranha do Universo Marvel). O valor pago na produção? US$ 40 milhões (R$ 226 milhões).

Em outro grande movimento, a Apple adquiriu os direitos de On The Rocks, comédia dramática que reúne a dupla Sofia Coppola e Bill Murray. A cineasta, que escreveu e dirigiu o longa, já tinha trabalhado com o veterano ator no elogiado Encontros e Desencontros (2003). A assinatura da diretora na produção também pode render frutos em premiações futuras. A estreia no Brasil está prevista para 23 de outubro.

Se depender da Netflix, a corrida para quem gasta mais também será empolgante. Nos últimos meses, a plataforma gastou US$ 60 milhões (R$ 339 milhões) nos filmes Bruised, Malcolm & Marie e Pieces of a Woman, títulos elogiados e cobiçados nos maiores festivais de cinema de 2020.

Também faz parte da estratégia da empresa fazer o lançamento de suas produções originais em uma curta janela para exibição nos cinemas, assim como a Netflix faz com suas apostas. A atitude é necessária para que os filmes se tornem elegíveis para o maior prêmio da Academia.

A guerra dos streamings ficará ainda mais acirrada com as chegadas do Disney+ e Paramount+ nos mercados da América Latina e outros países com menos visibilidade. Se depender destas grandes empresas, a forma como o cinema é consumido pode mudar para valer no futuro. 


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