MÊS DA URUCUBACA
DIVULGAÇÃO/20TH CENTURY FOX
Jayne Mansfield em cena de Em Busca de Um Homem; atriz se envolveu com grupo de satanistas
DANIEL FARAD
Publicado em 1/8/2020 - 6h50
A fama de agosto não é a das melhores, a ponto de seus 31 dias serem agrupados sob a alcunha de "mês do cachorro louco". A pecha de azarado faz muita gente por aí recorrer a simpatias, amuletos e orações para afastar de mau-olhado até a popular urucubaca. Os mais supersticiosos não terão paz nem na hora de escolherem um filme para assistir.
O gênero do terror concentra o maior número de longas-metragens considerados "amaldiçoados", cheios de rumores que os estúdios usam e abusam para promover filmes como O Exorcista (1973). Com um terço na mão e o controle remoto na outra, os medrosos fugirão dessas obras nos canais pagos e serviços de streaming, mas precisam abrir os olhos para pragas até em comédias mais frívolas.
Conhecida pelos papéis de loira fatal, mas com alguns neurônios a menos, Jayne Mansfield (1933-1967) e sua filmografia não causam espanto à primeira vista. A atriz, porém, é cercada por mistérios e pelo título de "sacerdotisa" da igreja de Satã fundada pelo ocultista Anton LaVey (1930-1997) --há quem fuja de seu túmulo no cemitério Hollywood Forever, nos Estados Unidos.
Veja sete filmes considerados amaldiçoados:
DIVULGAÇÃO/MGM
Judy Garland contracena com o cão Totó em cena de O Mágico de Oz: bastidores tensos
A história de Dorothy (Judy Garland) está longe de causar arrepios no público, muito pelo contrário. Os bastidores da produção, no entanto, aterrorizaram atores como Margaret Hamilton (1902-1985). A Bruxa Má do Oeste desaparece em meio à fumaça vermelha na produção, em uma cena que rendeu queimaduras de terceiro grau para sua intérprete. Uma faísca no dispositivo colocou fogo no cenário.
Algumas lendas urbanas em torno de Judy Garland começaram justamente em O Mágico de Oz (1939). Ela sofreu com o abuso de colegas de cena e dos produtores, que não a deixavam sequer comer para mantê-la com os traços pálidos e esquálidos da personagem. A estrela de Hollywood começou a tomar barbitúricos durante o trabalho --as mesmas drogas que a matariam mais tarde.
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Celeste Holms e Ted Danson são assombrados por "papelão" em Três Solteirões e um Bebê
Na época das videolocadoras, as fitas de Três Solteirões e um Bebê (1987) não paravam quietas devido a um suposto fantasma que aparecia em cena. Bem antes da internet, rumores assustavam os espectadores que acreditavam que uma menina atrás da cortina era o espírito de uma jovem que tinha atentado contra a própria vida naquele local --os produtores dizem que era apenas um display de papelão.
DIVULGAÇÃO/PARAMOUNT
Mia Farrow sofreu uma sequência de tragédias durante as gravações de O Bebê de Rosemary
Reza a lenda que Roman Polanski se reunia com satanistas para que cada detalhe dos rituais de O Bebê de Rosemary (1969) contribuísse para dar calafrios em quem assistisse à película. A verdade é que, durante o filme, as vidas tanto da protagonista Mia Farrow quanto do diretor viraram um verdadeiro inferno.
Na época, a atriz enfrentou uma separação escandalosa de Frank Sinatra (1915-1998), mas nada comparado à tragédia de Polanski. Ele recebeu a notícia de que sua mulher, Sharon Tate (1943-1969), grávida de oito meses, tinha sido assassinada pelo serial killer Charles Manson (1934-2017) durante as gravações.
DIVULGAÇÃO/NEWMARKET FILMS
Jim Caviezel deslocou o ombro ao carregar a cruz de Jesus em A Paixão de Cristo, de 2004
A sabedoria popular diz que dois raios não caem no mesmo lugar, mas A Paixão de Cristo (2004) contraria as estatísticas. A estreia de Mel Gibson na direção causou controvérsia não só pelas cenas violentas, mas pelas coincidências. O protagonista Jim Caviezel tem as mesmas iniciais de Jesus Cristo e, de quebra, ainda levou um tremendo choque ao ser atingido por uma descarga no set.
O produtor Jan Michelini estava com o ator no primeiro acidente e foi novamente atingido pela "fúria" da natureza durante a execução do filme. No Brasil, o pastor evangélico José Geraldo Soares morreu em meio a uma sessão na cidade de Belo Horizonte (MG), fulminado por um ataque cardíaco.
DIVULGAÇÃo/warner bros.
Christopher Reeves foi a quinta vítima de maldição do Homem de Aço em Superman: O Filme
Richard Donner costuma afirmar que pagou caro por filmar a vinda do anticristo à Terra em A Profecia (1976). Logo após concluir os trabalhos, o diretor sofreu um grave acidente de carro e, ao retomar sua consciência, percebeu que o veículo se acidentou em frente a uma placa com os dizeres "Omen a 66,6 milhas". Omen é o título original da sua película e 666, claro, é o número da Besta.
O azar continuou até quando Donner fugiu do terror para filmar Superman: O Filme (1978). Christopher Reeve foi o quinto intérprete do homem de aço a ser vitimado por uma maldição que persegue os heróis --Kirk Alyn, Bud Collyer, Lee Quigley e George Reeves também sofreram revezes dentro do uniforme azul e vermelho.
DIVULGAÇÃO/20th CENTURY FOX
Elizabeth Taylor foi internada duas vezes ao atuar no papel título do épico Cleópatra, de 1963
A maldição dos faraós caiu sob Elizabeth Taylor (1932-2011) no papel título de Cleópatra (1963). Com cinco horas de duração, o filme é considerado um dos mais caros da história do cinema e fez a atriz de olhos violetas sofrer para viver a rainha do Egito. Ela precisou se afastar por conta de uma pneumonia e, ao voltar para o set, se ausentou mais uma vez graças a uma intoxicação alimentar.
divulgação/mgm
Heather O'Rourke morreu antes de finalizar sua participação na trilogia original de Poltergeist
Outro representante dos filmes de terror, Poltergeist: O Fenômeno (1982) é acusado de usar esqueletos reais, e não cenográficos, na cena que os protagonistas descobrem que sua casa foi construída em cima de um cemitério indígena. E os mortos teriam cobrado sua dívida com juros e correção monetária.
A atriz Dominique Dunne (1959-1982) foi brutalmente assassinada pelo ex-namorado e Heather O'Rourke (1975-1988), que deu vida à menina Carol Anne, morreu durante as filmagens do terceiro filme da franquia.
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