NONO FILME
Divulgação/Paris Filmes
Chris Rock em cena de Espiral: O Legado de Jogos Vorazes; filme estreia nos cinemas nesta quinta (17)
Quatro anos depois de lançar o seu "primeiro" reboot, a franquia Jogos Mortais retorna aos cinemas nesta quinta-feira (17) com Espiral, nono capítulo da série cinematográfica de terror famosa por suas armadilhas chocantes e sangrentas. Previsível e sem inovar, o filme fracassa na tentativa de oxigenar seu universo cinematográfico.
Jogos Mortais: O Final (2010), sétimo filme da franquia, estreou no início da década passada com a missão de encerrar uma história que se arrastava durante anos. Jigsaw (2017) chegou sete anos depois na tentativa de reinventar a roda com a mesma trama, sem sucesso. Em Espiral, a Lionsgate tentou buscar novos rostos para justificar o interesse do público em visitar um novo capítulo.
A missão de dar novo gás à franquia ficou com Chris Rock, ator mais conhecido por seus trabalhos em comédias, e teve o apoio do icônico Samuel L. Jackson, praticamente um arroz de festa em Hollywood.
Por se tratar de Jogos Mortais, grande parte de sua publicidade recai nas armadilhas. Sempre criativas, as "pegadinhas macabras" orquestradas pelos vilões da franquia muitas vezes foram o ápice para os fãs do terror chamado gore, palatável para aqueles que apreciam sangue jorrando do corpo e membros sendo decepados.
DIVULGAÇÃO/PARIS FILMES
Samuel L. Jackson está em Espiral
Cientes disso, o diretor Darren Lynn Bousman (que comandou os filmes 2, 3, e 4 da serie cinematográfica) e os roteiristas Josh Stolberg e Pete Goldfinger souberam criar momentos realmente marcantes em Espiral. Desde o primeiro jogo, que mostra um policial suspenso por uma corrente presa à língua, o filme consegue surpreender com sua criatividade macabra. Mas não passa disso.
Na trama, Zeke (Rock), policial dedicado e rejeitado por seus pares desde que denunciou um companheiro corrupto, se torna o encarregado de investigar um novo imitador de John Kramer (Tobin Bell), a mente por trás das primeiras armadilhas mortais. Para acompanhá-lo, sua capitã (Marisol Nichols) designa o novato detetive William (Max Minghella, de Handmaid's Tale).
Desta vez, as vítimas não são as pessoas que não dão valor à vida, mas policiais com a ficha suja --não importa o quanto. Parceiros de força de Zeke começam a sucumbir um a um, das maneiras mais violentas possíveis, e ele precisa da ajuda do pai (Samuel L. Jackson), antigo chefe do seu departamento policial, para resolver o caso.
Com os rostos conhecidos de Rock e Jackson e as novas armadilhas bem desenvolvidas, Espiral passa a impressão de que a criatividade dos roteiristas parou ali. Desde os primórdios do cinema, atores famosos chamam a atenção em filmes, mas não os salvam de uma história fraca. E a trama do novo Jogos Mortais vai além ao não superar a previsibilidade.
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Zeke e o detetive novato William
Para os fãs de longa data da franquia --ou de qualquer filme no qual a principal questão é descobrir quem é o assassino-- entender quem está por trás das armadilhas é mera questão de atenção. O clímax de Espiral surge com tanto desdém que fica a impressão de que nem os responsáveis pela história levaram o público (ou eles mesmos) a sério.
Esforçado, Chris Rock tenta fugir do estigma de comediante para entregar uma performance no mínimo dramática, e é possível dizer que passou no teste. Já Jackson surge em (poucas) cenas como uma caricatura de si mesmo, e faz valer o cachê que lhe foi pago ao soltar um de seus famosos bordões com palavras de baixo calão.
Fosse a história menos preguiçosa, Espiral poderia não ser um capítulo esquecível de Jogos Mortais. Por se tratar do nono filme, era esperado que algo novo justificasse a tentativa de ressuscitar uma franquia que há pouco tentou dar um último suspiro. Para os fãs espalhados ao redor do mundo, resta torcer para que a anunciada série inspirada nos longas seja a reviravolta pela qual todos esperam.
Assista ao trailer legendado de Espiral: O Legado de Jogos Mortais:
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