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ADAPTAÇÃO NOS CINEMAS

Perdida é fiel ao livro? Saiba quais as principais mudanças feitas no filme

Fotos: Divulgação/Star Distribution

Giovanna Grigio está com o celular no ouvido e faz cara de espanto em cena do filme Perdida

Giovanna Grigio como Sofia Alonzo em Perdida; filme é baseado em livro de Carina Rissi

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 14/7/2023 - 6h25

A adaptação de Perdida chegou aos cinemas na quinta (13) com um alívio para os fãs da saga: o filme consegue se manter bastante fiel à história contada nos livros de Carina Rissi. Ao contrário de No Mundo da Luna (2022) e Procura-se (2022), o longa faz poucas mudanças na trama --mas ainda assim é possível notar alguns detalhes diferentes na telona.

[Atenção: este texto contém spoilers]

A narrativa mostra o encontro inusitado entre Sofia (Giovanna Grigio), uma jovem antenada e que vive nos dias de hoje, e Ian Clarke (Bruno Montaleone), um rapaz nascido no século 19. As diferenças entre livro e filme começam pouco antes de a protagonista viajar no tempo e ir parar em 1830.

Na obra literária, fica bastante claro que Sofia é viciada em tecnologia e não consegue passar um dia longe do celular. Por isso, ela se desespera quando seu telefone cai na privada no banheiro de um bar. A jovem acorda cedo para comprar um novo aparelho e vai até uma loja, onde encontra uma vendedora para lá de misteriosa.

Essa funcionária entrega um celular estranho para a mocinha, com a promessa de que o objeto atende a todas as necessidades dela, ressaltando que o aparelho tem exatamente o que ela precisa. Ao ligar o objeto, Sofia é envolta numa luz branca intensa e já aterrissa no passado sem querer.

Já no filme, a vendedora é substituída por Abigail (Luciana Paes), uma mulher que aborda a jovem na recepção da editora em que ela trabalha. A misteriosa deixa um pacote com Sofia, mas ela o esquece em sua mesa sem sequer abrir.

Mais tarde, Abigail ressurge como uma taxista que leva a mocinha para casa após ela brigar num bar com Nina (Mohana Uchôa), que surpreende a colega de apartamento ao contar que vai se mudar para a Austrália com o namorado --enquanto no livro Nina apenas decide convidar Rafa para morar com ela.

No carro, Sofia tenta ligar para a melhor amiga para se entenderem, só que a bateria do celular dela acaba. A motorista, então, empresta seu aparelho para a passageira. Só depois a garota percebe que se esqueceu de devolver o telefone para a taxista ao desembarcar.

Luciana Paes no filme Perdida

Luciana Paes como Abigail no filme

Livro x filme

Logo depois, ela atende a chamada de um número desconhecido e corre para a cobertura do prédio em busca de um sinal melhor. Ao abrir a porta do terraço, é inesperadamente transportada para o século 19.

Enquanto no livro Sofia aparece caída no chão após a viagem no tempo, no filme ela acaba presa na torre de uma igreja desativada. Essa pequena mudança proporciona um divertido primeiro encontro entre a protagonista e Ian, que apara a queda da forasteira.

Assim como na saga literária, o mocinho acolhe a jovem em sua casa e se impressiona com os costumes estranhos dela. Vários momentos engraçados do livro foram mantidos (e até aprimorados) na adaptação, mostrando o choque da sociedade de 1830 com as gírias e os modos de Sofia.

Porém, a paixão entre os protagonistas acontece de maneira mais apressada no longa --até para condensar as 364 páginas em pouco menos de duas horas. Apesar de os momentos principais dos dois estarem no filme, os fãs mais ferrenhos podem sentir falta de um detalhe ou outro.

Outra diferença é que Abigail aparece para Sofia e conversa com ela no passado, enquanto na obra de Carina Rissi a fada madrinha apenas manda mensagens com poucas orientações pelo celular.

Giovanna Grigio e Bruno Montaleone no filme Perdida

Sofia e Ian na adaptação de Perdida

Final de Perdida

Mas a principal alteração acontece no final da história, quando Sofia volta ao presente após acreditar que Ian estava disposto a interná-la num manicômio depois de ela revelar que viajou no tempo.

Tanto na adaptação quando nas páginas do romance, a protagonista se dá conta de que não consegue viver longe do cavaleiro. O sofrimento da jovem é mais demorado no livro, e ela passa dias tentando encontrar uma maneira de retornar para os braços dele.

Sofia, então, decide visitar a casa que era dos Clarke e toma um susto ao ser recebida pelo tataraneto de Elisa. Lucas reconhece a garota imediatamente, explica que toda sua família conhece a história de amor do antepassado e revela que ele morreu de tristeza cerca de dez anos depois de Sofia sumir.

Além disso, o rapaz mostra que Ian pintou vários quadros com as lembranças da amada e ainda entrega uma carta deixada pelo "tataratio". A mocinha fica arrasada ao saber do destino terrível do seu grande amor. Só depois disso ela reencontra a vendedora na loja de eletrônicos e pede para voltar ao passado --ciente de que será uma decisão definitiva.

Já na adaptação, Sofia encontra a carta de Ian dentro do exemplar de Orgulho e Preconceito (1813) que havia deixado no século 19. O livro estava guardado no pacote entregue por Abigail no início do filme. Uma nova ligação da "safada madrinha" depois disso é responsável por mandar a editora ao passado.

Os fãs mais atentos também perceberão outra diferença: na obra de Carina, a mocinha carrega uma edição surrada e desgastada do romance de Jane Austen (1775-1817), enquanto no filme o livro aparece numa edição especial idealizada por Sofia.

Final feliz

O reencontro do casal também é diferente nas duas versões. Na adaptação, a personagem de Giovanna Grigio grita o nome do protagonista assim que aterrissa novamente no passado. Ele, então, aparece rapidamente por ali.

No romance, Sofia corre até a mansão dos Clarke e encontra o amado trancado no quarto que era dela. Elisa explica para a mocinha que o irmão se recusava a sair do cômodo desde que ela tinha ido embora. O livro também avança um pouco mais na história e mostra o pedido de casamento do rapaz para Sofia, enquanto o filme acaba justamente no reencontro dos dois. 

A adaptação ainda se atentou para não cometer um erro do livro e apostou na diversidade dos atores. Há alguns anos, Carina Rissi recebeu críticas por não incluir pessoas escravizadas na obra e por supostamente ter "apagado" esse período e personagens negros na trama.

O história de amor entre Sofia e Ian ainda é contada em mais cinco livros depois de Perdida: Encontrada, Destinado, Prometida, Desencantada e Indomada. Assista ao trailer do filme:


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