EM 2020
Divulgação/See Saw Films
Kate Winslet viveu romance gay com Saoirse Ronan em Ammonite, filme lançado em 2020
Um estudo realizado pela GLAAD, organização especializada em direitos da comunidade LGBTQ+, apontou que os filmes lançados pelos grandes estúdios em 2020 deram mais espaços a personagens gays. Com a busca por mais diversidade em Hollywood se intensificando, os longas do ano passado ofereceram mais tempo a papéis com esse perfil.
De acordo com o relatório feito pela organização, 22,7% dos filmes lançados em 2020 por estúdios como Warner Bros, Universal, Paramount e Disney contavam com personagens LGBTQ+. Em 2019, foram apenas 18,6%.
O texto sugeriu que o aumento poderia ser ainda maior caso a pandemia de Covid-19 não tivesse atingido em cheio a indústria cinematográfica. Dos 118 títulos planejados para chegar aos cinemas, apenas 44 foram lançados pelos grandes players do mercado.
"Isso deve ser visto com um grão de areia dentro do contexto da pandemia de Covid-19, que impactou severamente a distribuição nos cinemas. Embora essa porcentagem recorde seja empolgante, deve haver um crescimento consistente, já que o número de filmes lançados nos cinemas pelos grandes estúdios começa a aumentar novamente", apontou a GLAAD no relatório.
Intitulado Studio Responsibility Index, o relatório mostrou que, de dez filmes considerados inclusivos, oito apresentaram personagens LGBTQ+ com mais de dez minutos em tela. Isso significa um aumento considerável em comparação com os dois estudos anteriores, nos quais 30% dos personagens apareciam por menos de um minuto.
A porcentagem de personagens LGBTQ+ não-brancos também aumentou no ano passado, embora a GLAAD tenha afirmado no relatório que isso deve ser visto no contexto do conjunto limitado de filmes lançados por causa da pandemia, e que havia apenas 20 personagens da comunidade nos lançamentos de 2020. Só em 2019 foram 50.
Dos 20 personagens LGBTQ+ introduzidos nos filmes do ano passado, 11 eram brancos e oito não-brancos. Desses últimos, 15% eram asiáticos, 10% eram negros, 10% latinos e 5% indígenas.
O relatório de 2020 também mostrou que houve um aumento de personagens lésbicas nos principais títulos dos estúdios, mas uma queda na representação de bissexuais e homens gays.
Pelo quarto ano seguido, o estudo da GLAAD não encontrou personagens transgêneros ou não-binários nos filmes dos grandes estúdios.
"Esta continua a ser uma das formas mais gritantes pelas quais os estúdios convencionais continuam para trás em relação a outras formas de mídia de entretenimento", afirmou Sarah Kate Ellis, CEO e presidente da organização.
De acordo com Sarah, foram quase 400 filmes analisados desde janeiro de 2017 e nenhum contou com personagens transgêneros. O último a ser notado pela GLAAD foi Benedict Cumberbatch, que é hétero, em Zoolander 2 (2016) --uma representação considerava ofensiva pela organização.
Estamos satisfeitos em ver atores trans sendo escalados para papéis que não são explicitamente escritos como transgêneros e esperamos ver isso continuar. Também queremos ver mais filmes que contem explicitamente as histórias de personagens trans, representação que é crucial para entender a discriminação e libertar as pessoas dos preconceitos.
Como poucos filmes foram lançados durante a pandemia, a GLAAD dispensou sua prática usual de classificar cada estúdio com base na quantidade geral, qualidade e diversidade de personagens LGBTQ em sua lista de filmes, mas o relatório apontou que a Disney continua tendo uma história fraca quando se trata de inclusão em comparação com outros estúdios monitorados.
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